22 de janeiro de 2011

Coméntarios sobre as declarações do presidente do IPPUJ

O Arquiteto Sérgio G. Gollnick se manifestou sobre as declarações do Presidente do IPPUJ ao jornal A Noticia



Jordi é curiosa a forma que o Luiz Alberto fala sobre os problemas da cidade. Passados dois anos e alguns meses ainda não deu para saber a que veio e, repete sistematicamente uma tentativa de desviar o foco da sua responsabilidade, delegando-a a outros, como se estivesse investido de um cargo imune às críticas, principalmente quando se trata da responsabilidade em mostrar o que pensa e pretende fazer. Para quem é mestre e doutor fica, no mínimo, a curiosidade em saber qual a fonte de tantas inspirações em seguidas respostas enigmáticas.

Já que a ordem das respostas que ele deu nada esclarece, vou invertê-las:


– Barra Velha? Isto é uma resposta séria ou uma brincadeira de mau gosto. Será que não tem alguém mais responsável no governo para oferecer respostas bem fundamentadas, esclarecedoras, ou seremos obrigados a ouvir ou ler tamanhas barbaridades com tanta freqüência? Mea culpa é o que faço por ter apostado o voto num governo com tamanho despreparo.


– Dragar o Rio Cachoeira é, obviamente, importante, mas não para coisas malucas como o Jet bus. O rio sofre influencia de maré e também recebe toda a contribuição da parte mais urbanizada da cidade. Fundamentos de hidráulica fariam bem ao Doutor para melhorara suas respostas a indagações tão importantes e, um pouco de conhecimento da história desta cidade lhe faria bem.


– Precisamos de projetos bem elaborados, com planejamento executivo para buscar recursos. Agora, na campanha, foi o Carlito que disse que não faltariam recursos para Joinville. Onde estão estes recursos? Parece-me que o conceito da administração também anda abalado lá em Brasília, pois alguns municípios de Santa Catarina, que não são do PT, recebem mais dinheiro que Joinville para obras de macrodrenagem. Curioso não é?


– O que significa “questão estrutural”, alguém saberia explicar? Preservar os rios, o que significa isto? Nossos rios têm sofrido grande pressão por ocupação de suas margens ao longo da história. É preciso mudar o modelo de ocupação e adensamento. Por conta disto, a formulação das diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável estabeleceu propostas inovadoras que tem sido constantemente ignoradas e rasgadas pelo IPPUJ em sua saga para destruir nossas poucas áreas de várzeas, como a região do Águas Vermelhas, onde recentemente propuseram uma zona de expansão urbana, por exemplo.


– Enfim, se a precipitação da chuva esta acima do normal e, tendo por base a excepcional explanação, suponho que a responsabilidades de tantas gotas d’água concentradas seja então por culpa “da urbanização extraída do modelo desenvolvimentistas industrial de Joinville”…... Ahammm!!!! Agora sim eu entendi toda a situação!


– E o Shopping Muller? Ele foi implantado sobre o Rio Mathias, bem onde já estava à antiga Tupy. É correto que isto foi errado, embora a lei da época permitisse assim como boa parte da cidade também ocupou as margens a tampou boa parte do Mathias, Morro Alto e Jaguarão, num passado em que a palavra meio ambiente e sustentabilidade não existiam. Porém, não podemos esquecer que há pouco tempo um novo shopping foi implantado sobre dois pequenos córregos que, mesmo denunciados e sob questionamentos do MP, foi dado o alvará na atual administração. O presidente poderia explicar sobre qual modelo foi amparado isto?


– Por fim, construir prédios por si só não gera enchentes, de que forma construí-los, sim! As causas das inundações são históricas e deveriam ser enfrentadas ao invés de insistir num modelo de ocupação falido sem lógica nem direção, protagonizadas pela equipe que “pensa” a cidade, propondo modelos de ocupação irresponsáveis, vinculados a interesses de grupos e pressões de especuladores. Este modelo nos legará algum futuro brilhante? Que os céus tenham pena de nós!

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