6 de março de 2013

A Dor (*)



A Dor

A natureza, com toda a sua sabedoria, proporcionou a humanos e animais a dor, alguns especialistas defendem que também as plantas sentem dor. O objetivo da dor é o de nos proteger. Evitar que cheguemos a situações mais graves. Ao aproximar uma parte do corpo de uma chama, antes mesmo que o efeito do calor possa nos produzir uma ferida, o sentimento da dor age como um alerta, e ao retirar rapidamente a parte do corpo dolorida da fonte de calor evitamos uma ferida que poderia ser grave.

Alem da dor física, também estamos dotados da capacidade de sentir outros tipos de dores, em principio esta característica, parece destinada exclusivamente aos humanos, a dor emocional. Reagimos a perda de seres queridos, a traições de amigos, a decepções, a criticas. As dores que estas situações nos produzem nos permitem reagir, a dor também neste caso nos protege. Em casos excepcionais, pessoas sofrem de uma doença, pouco conhecida, chamada analgesia, que produz a perda de sensibilidade a dor. Ao perder a proteção da dor, ficamos expostos a nos machucar, em alguns casos inclusive, gravemente.

Do mesmo modo, na vida publica, a dor nos protege. Quando a sociedade de forma majoritária faz criticas a gestão que fazemos, e esta critica, nos causa desconforto o inclusive dor emocional tem a oportunidade de reagir, de mudar o que estamos fazendo ou passar a fazer as coisas de uma forma diferente, para buscar resultados melhores. As criticas devem ser vistas, como a chama de uma vela, quando isoladas e pontuais, o seu efeito é mínimo. Quando generalizadas e unânimes, podem se converter numa fogueira, que consome tudo ao seu redor.

Não reagir a dor, ou o que seria pior, mesmo sentindo a dor das criticas, teimar em permanecer perto do fogo ou de elementos cortantes, alem de evidenciar idiotia, produzirá com certeza feridas, que podem chegar a ser graves. A menos que os gestores públicos estejam afetados por uma rara epidemia de analgesia coletiva, seria recomendável esboçar uma reação, que mostre claramente, que não estamos sendo governados por um bando de masoquistas aparvalhados ou que a insensibilidade, a surdez e a cegueira se apossaram, de quem teria que prioritariamente estar voltado a escutar, ver e sentir os anseios da sociedade.

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