8 de setembro de 2012

Neo-bobagens de campanha


Surge uma nova bobagem na campanha eleitoral. O novo alvo a abater é quem aparece primeiro nas pesquisas, antes o tema era a sujeira ou a limpeza da ficha dos candidatos. Agora o tema é a capacidade ou não para administrar e sobre o diferente que é administrar uma empresa privada ou uma empresa pública. O debate é estéril, porque não considera a administração uma ciência, baseada em conhecimentos aprendidos, em técnicas conhecidas e na utilização de ferramentas de planejamento, controle e gestão adequadas. Inclusive é estranho que o Conselho Federal de Administração, o CRA, não tenha se manifestado e permita que uma profissão tão importante seja tão maltratada.

Implicitamente o objetivo deste debate, neste momento, é o de desacreditar ou desqualificar aqueles que tem experiência em administração ou tenham a formação para atuar como administradores, insinuando que este conhecimento não servira ou não é o adequado para administrar as complexas e “sui generis” estruturas publicas que se regem e seguem estranhos padrões e normas, que dificilmente chegarão a ser dominadas por administradores oriundos da iniciativa privada e curtidos nas leis do mercado, que para nada são seguidas na administração pública brasileira. O melhor exemplo é o malfadado turno único, o estranho principio que rege aqui é que é melhor trabalhar menos que trabalhar mais, trabalhando menos horas o custeio se reduz e o custo da maquina passa a ser menor. Algo que com certeza será incompreensível para qualquer um que tenha se formado num curso de administração.

Analisando os princípios e bases que segue a administração não há conceitualmente diferença entre uma administração publica e outra privada. O que muda são os objetivos que cada organização tem como meta. A menos que o que se faça no serviço público não seja administração e recebe algum outro nome.

Se consideramos que administrar é dirigir uma organização utilizando técnicas de gestão de e para as pessoas para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental. Não há nada aqui que esteja em desacordo com o que se espera de um administrador público. O que se pode discutir e quais são os objetivos e metas de cada organização, que podem ser até diferentes, mas os princípios de eficiência, eficácia, economicidade e tantos outros são basilares neste campo e se aplicam, ou deveriam aplicar-se a todas as organizações.

O risco é alguem confundir administrar BEM e faze-lo MAL. Quem nunca administrou uma quitanda ou uma pequena loja dificilmente conseguira administrar com eficiência uma empresa publica, uma fundação e menos ainda uma prefeitura ou uma cidade do porte de Joinville.

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