16 de setembro de 2012

A ponte




Campanhas eleitorais são muito parecidas em todos lados, enquanto há uns que mentem sistematicamente e outros que acreditam piamente, um terceiro grupo duvida do discurso fácil e do excesso de promessas. O tamanho e a atuação deste terceiro grupo determinará o nivel de desenvolvimento de uma sociedade.

O primeiro grupo é composto pelos que mentem durante a campanha e acreditam inclusive nas suas próprias mentiras, depois atrapados na rede que teceram para se eleger são obrigados a continuar mentindo durante o seu governo caso sejam eleitos. O resumo é um mundo irreal, em que as mentiras se superpõem e se avolumam e a realidade desaparece soterrada por promessas impossíveis de serem convertidas em ações concretas. Numa eleição recente um candidato prometeu muito, depois até disse que não prometeu aquilo tudo, o seu azar foi que as promessas ficaram registradas num promessometro e continuam la disponíveis para quem as quiser ver. Outro prometeu que até o final do seu governo a cidade teria 70% do seu esgoto tratado. Depois ante a impossibilidade de cumprir a promessa, a sua equipe passou a divulgar uma nova meta adotou uma nova meta, 52%. tampouco desta vez o chute deu certo e um novo valor foi divulgado, seria possível que a cidade tivesse 36% do seu esgoto tratado.  A nova meta representaria praticamente a metade do inicialmente prometido e registrado no promessometro que insiste em nos lembrar das promessas feitas pelos candidatos em campanha. Finalmente os numero reais devem estar mais perto dos 30%.

A historia me lembrou de a de um velho político que ao visitar uma pequena comunidade em plena maratona eleitoral, tinha recebido da sua assessoria que a maior demanda daquela comunidade era uma ponte. No seu inflamado discurso cheio de promessas garantiu que a ponte tão desejada seria finalmente construída caso fosse eleito. Ante os olhares de estranheza do publico e o silencio sepulcral que se criou, o assessor mais próximo percebeu que não era aquela a comunidade que precisava de uma ponte e cochichou ao candidato que nem tinha um rio que justificasse a dita ponte.
Sem se amedrontar frente a adversidade o político não titubeio um instante e entusiasmado prometeu com voz forte: E colocaremos um rio embaixo desta nova ponte. Porque não é possível que esta comunidade não tenha também um rio.

A historia que pode até não ser verdadeira, mostra de forma fabulada como são construídas as campanhas eleitorais, promessas são lançadas ao leu e bem apresentadas permitem que pessoas menos esclarecidas e desinformadas acreditem primeiro, e se frustrem depois, ao descobrir que sem se materializar as soluções propostas os seus problemas perduram e servirão novamente de discurso nas próximas eleições.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

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