Qual dos dois cardeais?
A historia é uma fonte constante de conhecimento, aprendemos a partir do
estudo do passado e podemos nos desenvolver mais e deixar de cometer os mesmos
erros que outros cometeram, se entendemos o porquê das coisas. Solon dizia que
envelhecia aprendendo sempre.
Ao citar de memória fatos que não vivemos, nomes que não chegamos a
conhecer ou historias que não lembramos com exatidão, corremos um risco exagerado
de cometer erros. Na França, dois cardeais que desempenharam um papel importantíssimo
na sua historia, um o mais citado foi o Cardeal Richelieu, popularizado pela
obra de Alexandre Dumas, Os Três mosqueteiros. O Cardeal Richelieu
estigmatizado pela novela foi o artífice do desenvolvimento Frances, teceu
alianças com os protestantes contra os reis católicos dos países vizinhos, perseguiu
os Huguenotes, declarou guerra com o apoio do rei aos inimigos da França. Aumentou
os impostos, dos nobres e das classes menos favorecidas, para custear os
conflitos que tinha iniciado. Enfrentou a mãe e o irmão do rei, para defender
os interesses do seu senhor. Conseguiu a inimizade dos católicos que não
apoiavam as suas alianças com os protestantes para obter seus objetivos. Criador
do absolutismo real esteve na linha de combate na tomada de La Rochelle. Seu
papel na historia foi de protagonista. Seu poder foi absoluto. Mas foi superado
pelo seu sucessor.
Outro Cardeal, italiano de nascimento e com um perfil bem diferente do
seu antecessor. Um dos
homens mais poderosos de seu tempo, o Cardeal Jules Mazarin , foi o chefe de
Governo da França, quando Luiz XIV ainda era menor de idade. Nesse longo período
de poder, teve a França e boa parte da Europa em suas mãos. Mandou e desmandou,
torturou inimigos, mentiu sem pudor e criou um clima de terror tal que os
franceses não ousavam pensar diante dele, com medo de que o poderoso Cardeal
lesse suas mentes. O temor não era infundado. O Cardeal era tão diabolicamente
astuto que, muitas vezes, parecia realmente saber o que todos estavam pensando.
Era considerado mais maquiavélico do que o próprio Maquiavél.
O Cardeal
Mazarin foi o mestre da manipulação pura e simples do consenso. Agradando ou
fingindo agradar, na verdade amigos e inimigos, adulando àqueles que lhe
interessavam, apenas para conseguir seus intuitos raramente nobres. Logrou por meio de artifícios ser um dos mais
poderosos e odiados governantes. A filosofia do Cardeal Mazarin difere, em
muito, daquela de seu antecessor, o também Cardeal Richelieu, ministro de Luis
XIII. Se o Cardeal Richelieu, apesar de sua idêntica mesquinhez e amor pelo poder,
parecia mais dissimulado. O Cardeal Mazarin não se preocupa em esconder nada. Ainda
por cima, era partidário do que se chamava de " guerra de todos contra
todos". Ou seja, de jogar uns contra os outros para que ele sempre se sobressaísse.
Ele é o herói desta classe política que
não mede esforços para conquistar seus objetivos. Que não tem escrúpulos e que
é capaz de mentir, dissimular, trair e sorrir com a mesma facilidade
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