14 de dezembro de 2011

Os dois cardeais


Qual dos dois cardeais?

A historia é uma fonte constante de conhecimento, aprendemos a partir do estudo do passado e podemos nos desenvolver mais e deixar de cometer os mesmos erros que outros cometeram, se entendemos o porquê das coisas. Solon dizia que envelhecia aprendendo sempre.

Ao citar de memória fatos que não vivemos, nomes que não chegamos a conhecer ou historias que não lembramos com exatidão, corremos um risco exagerado de cometer erros. Na França, dois cardeais que desempenharam um papel importantíssimo na sua historia, um o mais citado foi o Cardeal Richelieu, popularizado pela obra de Alexandre Dumas, Os Três mosqueteiros. O Cardeal Richelieu estigmatizado pela novela foi o artífice do desenvolvimento Frances, teceu alianças com os protestantes contra os reis católicos dos países vizinhos, perseguiu os Huguenotes, declarou guerra com o apoio do rei aos inimigos da França. Aumentou os impostos, dos nobres e das classes menos favorecidas, para custear os conflitos que tinha iniciado. Enfrentou a mãe e o irmão do rei, para defender os interesses do seu senhor. Conseguiu a inimizade dos católicos que não apoiavam as suas alianças com os protestantes para obter seus objetivos. Criador do absolutismo real esteve na linha de combate na tomada de La Rochelle. Seu papel na historia foi de protagonista. Seu poder foi absoluto. Mas foi superado pelo seu sucessor.

Outro Cardeal, italiano de nascimento e com um perfil bem diferente do seu antecessor. Um dos homens mais poderosos de seu tempo, o Cardeal Jules Mazarin , foi o chefe de Governo da França, quando Luiz XIV ainda era menor de idade. Nesse longo período de poder, teve a França e boa parte da Europa em suas mãos. Mandou e desmandou, torturou inimigos, mentiu sem pudor e criou um clima de terror tal que os franceses não ousavam pensar diante dele, com medo de que o poderoso Cardeal lesse suas mentes. O temor não era infundado. O Cardeal era tão diabolicamente astuto que, muitas vezes, parecia realmente saber o que todos estavam pensando. Era considerado mais maquiavélico do que o próprio Maquiavél.

 O Cardeal Mazarin foi o mestre da manipulação pura e simples do consenso. Agradando ou fingindo agradar, na verdade amigos e inimigos, adulando àqueles que lhe interessavam, apenas para conseguir seus intuitos raramente nobres. Logrou  por meio de artifícios ser um dos mais poderosos e odiados governantes. A filosofia do Cardeal Mazarin difere, em muito, daquela de seu antecessor, o também Cardeal Richelieu, ministro de Luis XIII. Se o Cardeal Richelieu, apesar de sua idêntica mesquinhez e amor pelo poder, parecia mais dissimulado. O Cardeal Mazarin não se preocupa em esconder nada. Ainda por cima, era partidário do que se chamava de " guerra de todos contra todos". Ou seja, de jogar uns contra os outros para que ele sempre se sobressaísse.
Ele é o herói desta classe política que não mede esforços para conquistar seus objetivos. Que não tem escrúpulos e que é capaz de mentir, dissimular, trair e sorrir com a mesma facilidade

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