29 de janeiro de 2010

Tirar o bode da sala


Tirar o bode da sala


Quem acompanha com maior ou menor interesse as sucessivas intervenções no transito, na região central de Joinville, já tem se acostumado tanto a sua inutilidade, como a sua volatilidade. Conseqüência de um processo analítico equivocado, que leva a uma sucessão de intervenções pontuais e inócuas.


Implanta um calçadão, tira o calçadão. Muda o sentido de uma rua, depois muda para o outro lado. Planta arvores, corta arvores. Alarga a calçada, estreita a calçada. coloca petit pave, tira o petit pave, coloca paver. Num processo que se reinicia uma e outra vez, a cada determinado período de tempo. Uma sucessão de tentativas, com erros e acertos. Sem quedar claro quais deles são intencionais e resultado de estudos técnicos conscienciosos e quais são resultado do mais puro acaso.


A justificativa principal para cada uma destas intervenções, tem sido a de priorizar o transporte coletivo, facilitar o acesso e a saída dos ônibus do terminal central, com isto poder ganhar alguns minutos, reduzir o custo operacional e com isto acenar com uma improvável redução do custo da passagem. Transcorridas mais de duas décadas, não parece que o resultado tenha sido o esperado. As ações tem se concentrado em fazer melhor aquilo que não precisaria nem ser feito, os esforços e investimentos para melhorar o tempo de entrada e saída do centro poderiam ser direcionados a pensar diferente. Será que precisamos que todos os ônibus passem pelo centro?


Num processo de planejamento lógico, quando as respostas estão erradas, pode ser interessante reformular as perguntas. E uma pergunta que deveria ser colocada na mesa deveria ser e se mudássemos de lugar o Terminal Central?. Se retirássemos o bode da sala o que poderia acontecer? Como os técnicos vendem a imagem que tem já todas as respostas, seria interessante que as compartilhassem com a sociedade. Todos ganharíamos com isto, porque hoje parece que ou as respostas não estão certas ou as perguntas são as que estão erradas.


Publicado no jornal A Noticia

Um comentário:

  1. Caro Jordi. Sua crônica no jornal AN de hoje me fez pesquisar nos arquivos pessoais: Revista O Prefeito Wittich Freitag presta contas - pg. 18. No lugar do Terminal Central era para existir 2 play-grounds, salas de convivência, lanchonete, loja de artesanato, palco ao ar livre, bar, choperia e sanitários. A reforma das pracas foi bancada pela Fundicao Tupy e por isso foi construído lá o monumento em homenagem a Hans Dieter Schmidt. Na época o PT fez manifestacao contra a praca e o espelhos d'água e Luiz Henrique foi radicalmente contra a retirada do terminal. Infelizmente a próxima eleicao venceu a próxima geracao e interesses políticos falaram mais alto. Na campanha de 92 Freitag X LHS foi feita uma pesquisa popular que deu que o Terminal deveria ficar lá e LHS usou isso como trunfo eleitoral. Felizmente Freitag ganhou a eleicao mas infelizmente o Terminal continou lá pois na eleicao seguinte Freitag apoiou LHS...

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