Orçamento Participativo (2)
Faz alguns meses por conta da implantação do Orçamento Participativo, ocupei este espaço para comentar os enormes desafios que representaria para Joinville a implantação de um modelo de gestão publica, que exigia a participação de todos. A sociedade cumpriu o seu papel, identificou e escolheu as suas prioridades, se ateve ao orçamento disponível e de forma firme fez as suas escolhas.
Agora o desafio do orçamento participativo entra na sua fase II, que é a mais complexa e desafiante, a que exigirá do executivo um esforço maior. A administração publica não tem por habito ouvir a população, insiste em ter todas as respostas e por tanto não precisa escutar os leigos e aqueles que não são técnicos.
Cada um dos projetos escolhidos pela sociedade, representada pelos seus delegados, deverá agora ser apresentado aos delegados de cada regional, que opinarão e poderão fazer as suas sugestões, verificar se de fato as propostas que os técnicos apresentam atendem as demandas da sociedade. Algo que nunca foi feito, e que exigirá por parte de todos, um exercício de humildade. Identificar exatamente as necessidades, quer dizer escutar. Se for solicitada uma calçada para caminhar com segurança, não deve ser oferecida uma academia ao ar livre. Se a demanda é para um espaço de lazer que atenda as demandas de um bairro é isto que deve ser projetado e licitado.
A facilidade que alguns tem para complicar as coisas mais simples, faz que não se façam nem as simples e muito menos as complexas, por conta desta forma de agir e de pensar, quase que o projeto de abrir a Rua Hermann August Lepper para caminhadas e pratica de esporte aos domingos, teria ficado só no papel. O que Joinville precisa é aprender a escutar mais o que a sociedade quer. E o Orçamento Participativo é um caminho, pode ser que os técnicos aproveitem a oportunidade deste processo de aprendizado e acabemos ganhando todos.
Publicado no jornal A Noticia
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