Parece que para alcançarem determinados cargos ou postos importantes dentro dos setores públicos ou privados, tenha se estabelecido como pré-requisito para alguns: A soberba. Ser soberbo parece que agrega pontos no currículo e qualifica melhor.
Na definição do dicionário Aurélio, a soberba, um dos pecados capitais, é um dos mais letais na vida, significando, “orgulho excessivo; arrogância”.
Os romanos, no esplendor do seu império, tinham o costume de colocar imediatamente atrás do imperador, que chegava triunfante das batalhas, um escravo, que ate poucos dias antes, tinha sido ele próprio rei de um império e que a partir da sua derrota, se via convertido num escravo. A função do escravo era a de lembrar ao imperador, inebriado de orgulho e aclamado pelos seus triunfos, que ele era um mortal, e que poderia caso fracassasse ser ele próprio um escravo no futuro. Uma maneira inteligente de lembrar a fragilidade da condição humana.
Sabemos que todo o orgulho pode levar a um excesso de autoconfiança prejudicial, e a arrogância pode se transformar em uma arma letal, que comprometa nossa capacidade de gerar mudanças inovadoras ou produtivas. Gera uma cegueira tal, que impede de enxergar o obvio, nós leva a ter respostas para todas as perguntas, inclusive as que nem chegaram a ser formuladas.
Ninguém esta a salvo de cometer este pecado, que não faz diferença entre rico ou pobre, nem por sexo ou escolaridade. Corremos o risco de até generalizar, dizendo que quanto mais alto se ascende na escala social maior à propensão a ser soberbo. Ao contrário do que se acredita o rico não necessariamente é mais soberbo que o pobre, nem o pobre é mais humilde e por tanto menos soberbo. Encontramos em todas as classes sociais pessoas soberbas ou humildes.
A soberba vem acompanhada pela falta de humildade para ouvir e aprender, e ainda pelo excesso de vaidade, pelo próprio saber ou sucesso. E finalmente atordoa pelo orgulho excessivo, arrogância e presunção. A pessoa fica estulta ao ponto que o seu convívio em sociedade chega a ficar comprometido.
Qualquer paralelismo ou semelhança com pessoas e situações recentes do nosso quotidiano, não são mera coincidência e devem servir de profunda reflexão e de oportunidade para a pratica da humildade. Joinville é uma cidade orgulhosa, nunca foi uma cidade soberba.
Publicado no jornal A Noticia
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ResponderExcluirPertinente a crônica de Jordi Castan sobre a soberba que frequentemente emana de pessoas que assumem função pública. Muitos confundem função pública com uma espécie de autoridade. O pior é que, às vezes, o próprio funcionário público nutre esta noção em escala doentia. Há muito disso. O serviço público deveria fazer um acompanhamento psicológico de certas pessoas que, ao assumir um cargo público burocrático qualquer, passam, com arrogância e soberba, a querer se justificar da incompetência demonstrada na iniciativa privada.
Milton Wendel - Joinville