10 de janeiro de 2010

Os pedestres


Os pedestres



dedicamos este espaço a debater o futuro que nossa cidade oferecerá aos ciclistas, eles não são os unicos que devem merecer a nossa atenção, também os pedestres são objeto de projetos e de estudos, que gostaríamos de compartilhar.



Estudos demonstram que não existe espaço suficiente em Joinville, que possa ser compartilhado simultaneamente por veículos e pedestres, as ruas não foram planejadas para prever o aumento constante e previsível da frota de veículos e com o crescimento destes apresentando taxas superiores as dos pedestres, nenhuma decisão poderia ser mais apropriada que ceder passo ao futuro e priorizar aos veículos. Os princípios darwinianos da evolução mostram que só os melhores sobrevivem e neste sentido a decisão tomada pelos nossos planejadores esta tomada, inclusive o unico calçadão, digno deste nome, existente foi aberto de novo para veículos e tem propostas para abrir de novo ao transito a rua das palmeiras.



As calçadas passam a ser espaços de uso compartilhado entre os pedestres contumazes e os veículos, o fato que estes últimos sejam maiores, mais fortes e mais velozes, mostra que desde o ponto de vista evolutivo, tem o futuro asegurado, por isto é normal que as ações de planejamento previstas, considerem o veiculo, especialmente o carro, como o dono e senhor da cidade.



Para desestimular que os pedestres utilizem as calçadas e que com a sua insistência possam comprometer o espaço destinado aos veículos. Os estudos recomendam que nas calçadas sejam colocados todo tipos de armadilhas, como buracos, desníveis, pisos de qualidades e padrões diversos e todos os restos de construções e intervenções publicas anteriores serão mantidos, mesmo que possam representar um perigo adicional para os pedestres.



O projeto para evitar que os pedestres ocupem as calçadas tem varios estagios.No caso do piso podotactil, se intercalarão obstáculos específicos, como lixeiras, postes e sinais de transito. Também se utilizará à mesma estratégia utilizada nas ciclofaixas, de modo que os trechos de calçada com piso podotactil, não se comuniquem entre si e não permitam que as pessoas portadoras de deficiências possam fazer delas uma alternativa viável de mobilidade.



Para concluir, o projeto de erradicação de pedestres, tem como objetivo secundário aumentar a hostilidade do ambiente urbano, serão retirados os poucos sinaleiros para pedestres existentes, os que permaneçam terão o seu tempo reduzido, até que só seja possível a medalhistas olímpicos, atravessar as ruas. As faixas de pedestres serão peças de museu e será utilizada tinta que dilua em água, para não sujar o asfalto, nem confundir aos motoristas, que poderiam se sentir impelidos a deter o veiculo nas faixas e com isto reduzir a fluidez do trafego. Em pouco tempo só suicidas e amantes do perigo ousarão caminhar pelas ruas de Joinville e o projeto poderá ser concluído, com a retirada das calçadas que a partir deste momento passarão a ser inúteis e desnecessárias, permitindo que seja aumentando o espaço para os carros.


Publicado no A Noticia

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