A cidade inacessível
Estamos construindo cidades cada dia mais inacessíveis, em que se deslocar de um lugar a outro se converte numa aventura. Convivemos, simultaneamente, com dois modelos de cidade que se superpõem, uma cidade com calçadas com piso podotactil, para deficientes visuais e outra com ruas sem calçadas, em que o mato e o lodo toma conta.
As calçadas com piso podotactil, podem até criar a idéia para quem olha a cidade superficialmente, que esta é uma cidade moderna, preocupada com a acessibilidade e com a mobilidade dos seus cidadãos. Nada mais longe da verdade. As calçadas são verdadeiras armadilhas para os pedestres, mesmo aqueles que não são portadores de nenhum tipo de necessidades especiais. Imaginar que um deficiente visual possa caminhar pelo centro de Joinville, sem bater num poste, lixeira ou quaisquer outro obstáculo colocado no meio da calçada é ilusão. As nossas calçadas estão cheias de restos de intervenções mal sucedidas, tocos, restos de postes de sinalização, parafusos enferrujados que sustentavam alguma placa a tempo retirada, buracos, tampas quebradas e dezenas de outros obstáculos, que convertem o caminhar pelo centro numa odisséia.
Uma cidade que exige aos cidadãos que instalem calçadas de primeiro mundo deveria dar o exemplo colocando sinaleiros adaptados para os mesmos deficientes que diz querer integrar e apoiar. Na verdade, nem temos sinaleiros para pedestres, na maioria dos cruzamentos na área central, nem rebaixos adequados para os cadeirantes ou para as pessoas de mais idade. Porem autorizamos o rebaixamento do meio fio para que os veículos ocupem as calçadas. Esta é uma sociedade de contrastes. Se construímos cidades hostis, teremos como resultado uma sociedade hostil.
Na calçada da rua XV de Novembro, esquina com João Colin, instalaram um "mini outdor" a 1m de altura. Ajuda em que aos pedestres? Prejudica cos cegos e a imagem da gordinha, oopps obesinha (politicamente correto), da foto.
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