Garfaram a área verde
Do mesmo modo que seria impossível para um elefante manter-se oculto numa plantação de morangos, também é difícil ocultar por muito tempo o impacto que as dezenas de alterações, que aproveitando a chamada consolidação, foram incluídas na lei 28/08 aprovada pela Câmara de Vereadores no apagar as luzes de 2009.
Uma chama a atenção a que retira a obrigação para os empreendimentos residenciais com até 12 unidades de incluir área verde e de lazer. Sem que seja necessário, novamente lembrar que a redução das áreas verdes aumenta a impermeabilização da cidade e por tanto a gravidade e a freqüência das enchentes, nem lembrar que os novos empreendimentos oferecerão menos qualidade de vida para os moradores, que não disporão de nenhum espaço de lazer. É importante destacar que também nos empreendimentos com maior numero de unidades a lei propõe a redução das áreas verdes e de lazer.
A iniciativa do legislativo municipal com uma mão aumenta o lucro dos incorporadores e com a outra tira dos joinvilenses o direito a um mínimo espaço de verde e ainda aumenta a pressão sobre as inexistentes praças e áreas de lazer publicas. A lei consegue, ao mesmo tempo, privatizar o lucro das construtoras e socializar o prejuízo de uma parcela maior da população que perde os espaços para o lazer. A lei representa um grave retrocesso, inadmissível numa cidade carente de áreas verdes publicas.
A origem desta proposta deve ser resultado do excesso de trabalho que os vereadores tiveram no ano 2009. Depois de cometido o erro, só o prefeito poderá corrigi-lo, vetando o projeto e permitindo que a Câmara possa analisar com maior cuidado e dedicação este e outros descuidos que acabaram sendo incluídos, pelo açodamento, no corpo da lei.
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