16 de dezembro de 2008

Cartão Joinville

Não é o objetivo deste texto, questionar quem é o proprietário da empresa que administra o Cartão Joinville. Porque isto seria personalizar uma discussão que deveria ser mantida impessoal e exclusivamente técnica.


Já tive a responsabilidade de gerenciar e fiscalizar este serviço, durante mais de três anos. Na época era importante e cumpria uma missão clara. A de estimular a rotatividade das vagas de estacionamento na região central da cidade. Se antes era quase impossível de encontrar um lugar para estacionar, com a implantação do serviço aumentou a rotatividade e se democratizou o acesso de todos ao espaço publico.


Muitas coisas aconteceram com este serviço, devemos reconhecer que não todas elas boas, o que é pior, nenhuma das mudanças ao longo do tempo, para melhorar a vida do contribuinte, o que convenhamos é uma pena.


Me vem a mente a frase de Luiz Carlos Meinert, na época secretário da Fazenda de Joinville, dizendo que “No serviço publico é o poste quem mija no cachorro” O tempo veio a provar o quanto de sabedoria reunia aquela frase.


O que era para ser um serviço para facilitar a vida dos cidadãos, democratizando o acesso ao centro. Viu seu objetivo preponderante convertido exclusivamente em garantir e aumentar a receita e o lucro da empresa gerenciadora do estacionamento. A prova maior, que o valor hoje é muito alto, é o grande numero de estacionamentos pagos que pipocaram no centro, espaços que alem de pagar aluguel, IPTU, ISS e outras taxas, ainda agregam segurança e qualidade e ainda por preços competitivos, com os do estacionamento rotativo.


O Cartão Joinville, perdeu a sua função e a sua seriedade, quando alem de aumentar o preço, sendo hoje o mais caro de toda Santa Catarina, se mudou também o estacionamento na rua Alexandre Dohler, reduzindo a fluidez do transito e aumentando o risco de colisões, e se aumentaram as áreas, para criar novas vagas e atender a uma solicitação do operador do sistema.


O motivo principal, pelo que o serviço foi privatizado, foi pela maior facilidade que um operador privado teria para contratar ou demitir funcionários, para poder fazer frente as mudanças naturais do sistema. Um sistema que esquece os usuários e atende exclusivamente as demandas do operador, perdeu o sentido. E o que é ainda mais grave, coloca em jogo a transparência da administração que tem como objetivo fiscalizar-lo e defender os interesses da sociedade.

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