Veja só que bacana. O sujeito vem a Joinville, consegue construir um shopping num lugar onde o zoneamento não permitia embora mesmo assim tenha adquirido o terreno onde em qualquer parte do mundo isto seria uma atitude suicida. Mas aí vem a "mágica" de aprovar, da noite para o dia, num projeto de executivo com o aval do legislativo uma mudança de zoneamento permitindo o seu empreendimento - sorte?.
Vai gerar um transtorno e incomodidadas no tráfego local já caótico, não deu nada em compensação ao município pela regalia e agora vai ganhar 2,4 mil m2 sem nenhum leilão ou licitação pública que ofereça a outro eventual interessado (que pode existir) a oportunidade de compra. Vai pagar pela área que hoje tem um valor médio de mercado avaliado em 1,2 mil/m2 aproximadamente a metade deste valor, considerando os R$ 185/m2 a ser pago em três parcelas (que maravilha!!!) e um terreno cujo custo deve ser de aproximadamente (e no máximo) R$ 800 mil lá no Jardim Paraíso ("área nobre da cidade").
Talvez se nesta negociação o empresário construísse a escola inteira em condições de funcionar oferecendo ao Município, de fato, uma compensação, numa permuta mais transparente e honesta. Mas isto não passa pela cabeça dos nosso governantes.
Considerando que um leilão poderia gerar melhores oportunidades ao erário e ser mais transparentes, sem tirar do shopping a chance de fazer sua oferta, teríamos talvez uma demonstração de transparência. Mas isto não é bem o perfil que temos acompanhado e muito menos da área das finanças municipais, sempre enfáticos e ágeis nas argumentações em negar pagamentos aos fornecedores porém muito eficientes em arrecadar e penalizar os contribuintes - "sem parcelamento".
Outra possibilidade: Este terreno poderia viabilizar habitação de interesse social - Minha Casa Minha Vida - gerando, no mínimo, 90 apartamentos para famílias com renda até 3 s.m. Seria uma ação pública em benefício a 400 pessoas, reduzindo a demanda por habitação digna num local com excelente infra-estrutura. (não precisaria mudar zoneamento de outros bairros)
E aí? Alguém me daria uma resposta? É claro que não. Sou um dos arquitetos que só "enche o saco". Nasci e escolhi esta cidade para viver, trabalhar e criar meus filhos. Por ela vou lutar e buscar construir uma sociedade mais justa, mesmo sendo chato.
E assim o barco anda.....alguns acham que só remar é suficiente, mas precisamos de timoneiros e de tripulantes que saibam ler e usar os instrumentos, dispor da sabedoria construída pela história e pelos ensinamentos do passado para ter um rumo e destinos mais previsíveis.
Sérgio Gollnick
arquiteto e urbanista
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