21 de dezembro de 2009

Lula é cultura

"Não faremos arrocho salarial. A máquina pública estava desmantelada, destruída e atrofiada. Os funcionários públicos de alto escalão estavam porcamente remunerados" - disse Lula em café da manhã com jornalistas.

O sempre surpreendente presidente, nos ofereceu hoje um PORCAMENTE remunerados. Como Lula, sempre é cultura, buscamos a verdadeira definição....a mensagem presidencial deveria querer dizer PARCAMENTE...mas como ele repetidamente tem tido problemas com a utilização de algumas letras a mensagem pode ter chegado truncado a imprensa, que sempre maldosa, se diverte mostrando a natureza ignara do nosso lider maior.

MAL E PORCAMENTE

A expressão original seria “mal e parcamente”, unindo o substantivo mal, com sentido de sofrimento físico e moral (como doença, desgraça ou infortúnio), à ação das deusas Parcas, que presidiam a vida humana (o termo de composição “mente” indicando modo, intenção, fim). Sendo assim, o sentido da frase seria o de precisar que se as coisas não iam bem, a responsabilidade por isso deveria ser atribuída à ação das deusas que cuidavam da sorte dos homens. Elas eram três fiandeiras - Cloto, Láquesis e Átropos -, filhas da Noite e de Érebo, ou de Júpiter e de Têmis, ou ainda da Necessidade e do Destino, e tão velhas quanto a Terra e o Céu. A primeira – Cloto, cujo nome significa “fiar” – produzia o fio dos destinos humanos; a segunda – Láquesis, ou “ver a sorte, examinar a sorte” – colocava o fio no fuso; e a terceira – Átropos, que quer dizer “a inflexível” – cortava sem dó nem piedade o fio que media a vida de cada mortal.

As deusas habitavam um lugar nas regiões olímpicas, de onde dirigiam não apenas a sorte dos mortais, mas também o movimento das esferas celestes e a harmonia do mundo. Merecedoras de grandes honrarias por parte dos gregos e dos romanos, as fiandeiras divinas também determinavam o nascimento dos homens, além de conduzir e fazer sair do Tártaro, abismo situado no fundo do Inferno, os heróis que se atreviam a penetrar naque-las paragens terríveis.

Mas o tempo foi modificando o sentido da expressão. Primeiramente, o “mal” perdeu o seu significado original e passou a representar o defeituoso, o incorreto, o imperfeito. Em seguida, o “parcamente” desvinculou-se das deusas Parcas e adquiriu a conotação de pouca coisa, de algo reduzido e moderado, mas em razão de o termo “parco” ser pouco usado em nosso linguajar diário, mais o fato de que os apressados pronunciam “porcamente” com mais facilidade do que “parcamente”, a frase-feita se transformou em “mal e porcamente”, na intenção de indicar coisas feitas de qualquer jeito.

Alguns estudiosos da nossa língua garantem que o porco entrou de gaiato nessa história. E com justa razão, porque porcaria é sinônimo de sujeira e imundície, enquanto o suíno, na verdade, talvez seja melhor apreciador de limpeza que muita gente boa que anda por aí. Por exemplo: sempre que lhe é possível, ele procura um cantinho afastado da baia para se desfazer daquilo que o seu aparelho digestivo não tem mais como aproveitar, ao invés de ficar andando e fazendo, como muita gente desinformada pode pensar.

FERNANDO KITZINGER DANNEMANN

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