14 de dezembro de 2009

Calçadas e outras bobagens

Calçadas e outras bobagens


Não é a primeira vez que dedico este espaço a falar das calçadas, na verdade quanto mais este espaço seja negligenciado pelo poder publico e o pedestre seja preterido, mais este tema será recorrente.


Entre os grupos que debatem a cidade e o fazem com espiritu de contribuir, um deveria merecer a nossa atenção, aquele que tem como objetivo debater as nossas calçadas. Numa das reuniões deste grupo, um comerciante da Rua Otto Pfuetzenreuter, questionou porque uns tem que cumprir a lei e outros não, pode ser que se estivesse referindo aos outros comerciantes que nas ruas Lages, Albano Schmidt, Blumenau, João Colin e dezenas de outras ruas, rebaixam os seus meio fios, fazem desaparecer as calçadas e privatizam em seu beneficio o espaço publico.


A Conurb tem uma posição questionável, tanto pelas ações, como pela visão que delas se desprende. A sua insistência em dizer e querer provar que a Rua Aube tem maior fluxo de pedestres que a Rua do Príncipe, e que por isto devem ser priorizadas as calçadas da primeira, não se sustenta e tira a pouca credibilidade que tem as propostas que a empresa defende. Fica bem pior a justificativa, quando os mesmos técnicos de sempre, reconhecem que não existe um projeto para dar seqüência ao projeto de calçada na rua Aube, lembra os projetos de ciclovias e ciclo-faixas que ligam o nada, a coisa nenhuma. São espasmos de planejamento, sem continuidade e sem consistência.


Quando se questiona a falta de fiscalização, a resposta é que se for para investir em fiscais, os técnicos preferem investir em calçadas. Esta claro que a resposta é obtusa, porque a situação atual é resultado de anos de falta de fiscalização. Não de falta de fiscais, porque com quase 12.000 funcionários, não pode faltar gente para trabalhar na Prefeitura, o que falta é vontade. Vontade de fiscalizar, vontade de cumprir e fazer cumprir a lei.


Porque a primeira calçada que deveria ser arrumada é a da própria Conurb e as seguintes devem ser as dos prédios públicos municipais. Sem dar o exemplo, a prefeitura não tem moral, para exigir nada.


Querer agora sair fazendo uns metros de calçada na rua Aube, é bobagem. Priorizar os veículos também nas calçadas, em detrimento dos pedestres é uma mostra de opacidade mental, digna da visão míope com que se enxerga o horizonte. Para estes visionários o futuro é nebuloso e acinzentado. Bem do jeito que Joinville esta ficando.

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