Como o tema esta bem alinhado com o pensamento deste blog, reproduzimos a materia completa em azul, com os nossos comentarios em vermelho.
Como estão as árvores de Joinville?
AN percorreu algumas ruas da cidade para verificar a sáude delas
Mariana Pereira | mariana.pereira@an.com.brA reportagem de “AN” percorreu ruas centrais de Joinville para ver de pertinho como está a saúde das nossas árvores. A operação contou com a consultoria do botânico João Carlos Ferreira Melo, professor da Univille, e do gerente de áreas verdes da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Fundema), Gilberto Gayer. Confira os diagnósticos.O diagnóstico da polêmica mais famosa
A polêmica das figueiras às margens do rio Cachoeira, na avenida Hermann Lepper, no Centro, tem diagnóstico semelhante ao de outras situações espalhadas por diferentes áreas de Joinville: a escolha de espécies não-nativas e inadequadas para o local. O botânico e professor João Carlos Ferreira de Melo, da Univille, explica que as figueiras, da espécie Ficus benjamina, do Sudeste asiático, têm raízes agressivas, que comprometem estruturas, como calçadas e muros, em um raio de até cinco metros. Por isso não deveriam estar ali compondo um cenário de mata ciliar.
Temos num único paragrafo varias inverdades que precisam ser esclarecidas, a primeira que tenta demonizar as plantas exóticas em contra posição as nativas, criando um raciocino simplista e maniqueísta, de exótico é ruim e nativo é bom. O que não é verdade.
O segundo é a de que as Figueiras (Ficus benjamina e outras) pelo seu desenvolvimento devem ser cortadas e retiradas do verde urbano, neste blog ja temos divulgados varias fotografias dos mesmos Ficus em ruas e calçadas, com vigor e bom estado fitosanitario e sem que apareçam estragos nem nas calçadas, nem nas ruas. O que leva a questão, são as raízes as que estragam as calçadas ou são as nossas calçadas as que não tem qualidade, porque não forma bem executadas, no caso do petit pave, que a prefeitura quer proibir em Joinville, devemos lembrar que é o material escolhido em Copacabana, entre outras ruas importantes e que a pesar de ter árvores e um uso intensivo esta em perfeito estado.
O terceiro é esta visão romântica, de imaginar que um talude de menos de 5 metros pode ser convertido num projeto de recuperação de mata ciliar. Neste ponto é importante esclarecer a diferença que existe entre a botânica e o paisagismo ou a agronomia. As plantas no ambiente urbano tem um comportamento diferente, o ambiente urbano é um ambiente artificial, que não responde aos mesmos critérios de desenvolvimento que o ambiente natural. Por isto é normal que em ambientes urbanos se escolham as plantas mais adequadas para estas condições extremas. Condições que ficam mais graves quando os órgãos públicos responsáveis nem fazem a manutenção necessária e obrigatória.
O profissional consultado por “AN” sugere que as figueiras sejam substituídas por espécies da região, como ingá ou aroeira,
Bem devemos lembrar que nenhuma das duas espécies sugeridas pelo profissional consultado são recomendáveis para arborização urbana, o Inga pela sua madeira mole e a sua vida curta, a Aroreira pelo seu porte arbustivo que exige muita poda de manutenção e pelos seus frutos que tem caracteristicas irritantes e alérgicas. Mas se estes são os conselhos dos técnicos consultados, melhor que Deus nos ajude.
que têm copas robustas para oferecer muita sombra sem comprometer calçadas e estruturas no entorno. A Fundação Municipal de Meio Ambiente (Fundema) tem autorização para iniciar o corte das figueiras, mas, segundo o gerente de áreas verdes da instituição, Gilberto Gayer, o corte não deve ocorrer antes de março. Porque o destino das figueiras depende da conclusão do projeto do Instituto de Pesquisa e Planejamento para Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj) para a avenida Hermann August Lepper.
A leitura desta resposta marota, deve levar em conta que em nenhum momento a prefeitura a traves dos seus órgãos técnicos e do seu quadro de profissionais, a elaborado nenhuma proposta com o objetivo de manter as figueiras, todos os estudos e trabalhos tem sido orientados a justificar o corte. É bom lembrar a "BRILHANTE", imparcial e isenta apresentação que o Gerente de Áreas Verdes fez na audiência publica realizada na Camara de Vereadores, a uma pergunta de um membro da sociedade ele declarou que as figueiras não tinham nenhuma utilidade e que deviam ser cortadas.
— É preciso definir se terá calçada daquele lado da rua, ou não, para escolher árvores mais adequadas — explica.
Gayer não exclui a possibilidade da permanência das figueiras.
— A retirada era resultado de um projeto de continuação do Bulevar Cachoeira, feito em frente à Prefeitura, o que não deve ser levado adiante pela atual gestão — pontua.
De novo a resposta não corresponde a verdade e menos ainda a versão que o mesmo técnico apresentou na citada audiência publica, esta é uma resposta boi dormir. ficou claro na audiência publica, que nenhuma das tres propostas apresentadas pelo IPPUJ contemplava a possibilidade da continuação do projeto do Bulevar Cachoeira. A retirada das figueiras é defendida a ferro e fogo pelos técnicos da prefeitura independentemente da continuidade do projeto do Bulevar.
Caso seja necessária a remoção, o gerente de áreas verdes do órgão ambiental municipal diz que a ideia é substituir as figueiras por outras árvores, de maneira gradativa, para não deixar a região sem sombra repentinamente.
Ruas do bairro América dão bons exemplos
Mesmo que as espécies não sejam nativas, duas ruas do bairro América chamam a atenção pela beleza: a Quintino Bocaiúva e a Marechal Deodoro.
Esta ai uma prova que o fato que as arvores sejam nativas ou não, não deve interferir na sua escolha plantio e utilização para arborização urbana desde que atendam os critérios técnicos recomendados. O Bairro América é um exemplo, temos ainda outros que podemos citar. Se a discussão for exótico X nativo, quer dizer que defenderemos o corte de 90 % das arvores de Joinville? E se não é esta a discussão, porque insistir no fato que as figueiras não são nativas?
Na primeira, destaque para o flamboyant, uma árvore típica da ilha africana de Madagascar. Com a copa imponente, encontra os galhos de árvores do outro lado da rua, formando um túnel, que nesta época do ano, quando floresce, ganha tons de vermelho.
Na Marechal Deodoro, prevalecem as árvores conhecidas como pata-de-vaca, que têm flores em tons de rosa, branco e lilás. Além de exemplares de ipê-amarelo e rosa. Na opinião de Melo, os ipês deveriam ser mais utilizados na arborização, assim como o jacatirão e a quaresmeira, por terem visual bonito o ano todo.
Quaresmeiras e Jacatirões podem ser usadas para arborização urbana, especificamente quando em baixo de fiação eletrica, pela sua madeira mole e vida curta, não devem se constituir na base de uma boa arborização urbana, não tem porte adequado e pelo seu comportamento arbustivo exigem podas constantes e regulares, algo que a prefeitura não consegue fazer. Seria bom repensar as sugestões.
— Sem contar que não compromete as calçadas — diz João Melo.
Como as figueiras tampouco comprometem, quando bem plantadas e quando as calçadas são bem feitas.
Para quem tiver interesse, nós proximos dias comentaremos com detalhe a materia completa da jornalista Mariana Pereira, graças ao seu trabalho é possivel debater sobre o tema e um maior numero de pessoas podem estar melhor informados sobre quais as alternativas e desta forma ampliar o debate.
Para quem quiser se aprofundar no tema pode procurar maiores informações nestes links
http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2009/08/o-que-faltou-dizer.html
http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2009/08/o-discurso-e-realidade.html
http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2009/08/audiencia-publica-sobre-as-figueiras.html
http://aboavistapaisagismo.blogspot.com/2009/09/arvores-e-ruas.html
http://aboavistapaisagismo.blogspot.com/2009/08/os-ficus-do-rio.html
http://aboavistapaisagismo.blogspot.com/2009/08/arborizacao-urbana.html
http://aboavistapaisagismo.blogspot.com/2009/07/as-figueiras-de-beria-rio.html
http://aboavistapaisagismo.blogspot.com/2009/09/ficus-religiosa.html
http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2009/11/as-arvores-da-otto-bohem-frente-fundema.html
http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2009/10/arvores-da-xv.html
http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2009/10/arvores-da-rua-xv-3.html
http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2009/11/ignorancia-adolescente.html
Jordi, novamente parabéns pelos seus comentários. Para uma cidade melhor precisamos das árvores, sejam elas exóticas ou não. Cortar é mais fácil mas não é a melhor solução.
ResponderExcluirsilvio.(silviolcunha@gmail.com)
Silvio,
ResponderExcluirÉ importante chamar sempre as coisas pelo seu nome. Quanta mais informação as pessoas tenham, mais facilmente poderão se posicionar, e diferenciar o certo do errado.
Obrigado pela sua opinião