O mundo do transporte coletivo é um mundo complexo, feito de índices, de kilometros, de passageiros, de políticos, de permissionárias e muitos outros atores.Tudo o que tem a ver com ele, esta quase sempre rodeado por penumbras e incertezas e sempre ao final a tarifa aumenta, as vezes mais, outras vezes menos.
A criação do Vale transporte, ao transferir para as empresas e empregadores o maior ônus do pagamento do transporte coletivo, esvaziou a discussão e teve como resultado adicional o pouco interesse da população em discutir os aumentos da passagem, em se preocupar pouco com a diferença entre o preço da passagem embarcada e a passagem antecipada e nos aspectos menos evidentes com tudo isto.
Para complicar um pouco mais tudo, se inventou a tal da passagem única, que faz que uma passagem do Quiriri até o Agulhas Negras, ou da Vilanova até o Espinheiros custem exatamente o mesmo valor que uma passagem do Centro a Rodoviária, ou inclusive do Hospital São José a Estação Ferroviária.
Se todas as viagens têm o mesmo valor e os custos são diferentes, porque não tem como ser igual, alguém esta pagando a mais do que deve e alguém esta sendo beneficiado, por este chamado subsídio cruzado. Ao subvencionar as viagens mais longas, estimulamos que a cidade cresça mais e mais longe. Se espalhe mais e tenhamos que oferecer novas linhas de ônibus, que precisam percorrer mais quilômetros, para atender menos gente. É uma equação complexa e de difícil acompanhamento, que exerce uma pressão sobre o preço da passagem.
Para entender melhor, numa linguagem menos técnica é como um boi que tivesse o mesmo preço por kilo independentemente do corte escolhido. Com certeza que os melhores cortes, como a picanha e o filé, teriam maior procura que o pescoço e o rabo. Desenvolvemos um modelo que faz que paguemos o pescoço a preço de picanha, por conta desta dita subvenção cruzada. No que parece um bom negocio para o açougueiro e menos interessante para o cliente. Em quanto continuemos pensando da mesma forma, teremos as mesmas respostas de sempre, se queremos respostas diferentes precisaríamos começar a pensar o transporte coletivo e a cidade de uma forma bem diferente.
O problem Jordi é mais ocmplexo ainda quando o passageiro que vai para os "Jardins" (Edilene, Sofia, etc) paga mais barato e com isto a cidade incentiva ou induz a ocupação de áreas marginais e impróprias deixando vasta porção de terra em áreas mais centrais e melhor infra-estruturadas para especulação. O problema é que a infra-estrutura fomos nós que pagamos assim como pagaremos o custo de uma cidade cuja amplitude a coloca inviável para a prática da justiça social. No passado eu achava que este discurso era de esquerda, que a questão de ocupar os vazios urbanos tinha um viés de descaracterizar o direito a propriedade e hoje, vendo que os antigos discursos foram rasgados, vejo que de fato só existe uma solução que será o estdao intervir no modelo de exploração do solo urbano. Regras rígidas e justiça social mediante a aplicação de instumentos jurídicos e tributários que invertam esta lógica bruatl de exclusaão social do qual o transporte público é um dos maiores propagadores. Tô pra vê prefeito com coragem para fazer um intervenção desta! Intervir não significa estatizar, significa equalizar direitos e deveres, redefinir o fluxo de investimentos, fazer a cidade produxir mais valias com a eliminação dos bolsões de miséria e deprovidos de infra-estrutura. Mudar a regra dos transportes neste modelo de exploração que apenas dá aos operadores as vantagens, que protagoniza o serventilismo dos gestores pela pressão econômica, que faz do usuário uma simples carga sem qualquer consideração de humanismo e dignidade. Tô afiado hoje. Precisamos de uma revolução, no carátre, na moral, no respeito ao próximo e menos favorecido, na obediência as leis, na concessão de dignidade aos menos favorecidos..... Ufa!!!! è bom desbafar de vez em quando....
ResponderExcluirDesculpem-me pelos erros de português. É a empolgação que faz comer letras e teclas ou teclá-las erradamente. O importante é que o conteúdo seja legível e compreendido. Assina o Anonimo do texto anterior.
ResponderExcluirQuer dizer que se você mora no Centro, usufrui de melhor qualidade de vida, tem maior renda per capita e melhor infraestrutura em termos de equipamentos públicos, deve pagar menos pelo uso do transporte coletivo que as pessoas que moram a quilômetros do centro? Só a tsunami de fuscas, brasílias, variants, chevettes, entre outros que varrerá o Centro da Cidade, se andar de carro valer mais que andar de ônibus. Me desculpe, mas discordo de sua opinião. Acredito que promove grande justiça social o preço único de passagem. É moderno, pois promove equidade (quem ganha mais e mora no centro, paga mais, e quem é pobre e mora longe, paga menos) e estimula o uso do transporte coletivo. Querer regular o uso do solo pelo transporte coletivo é de uma crueldade sem tamanho. Acredito que vale mais centrar a energia no desafio de fazer cumprir a lei: Plano Diretor, Lei de uso e Ocupação do Solo, entre outros. Espero ter ajudado no debate, ao fazer um contraponto.
ResponderExcluirCaro Alexandre Santos, inicialmente agradecer as suas contribuições, de fato ajudam muito para o debate ao servir como contraponto.
ResponderExcluirMe permito responder num post, para poder debater ponto por ponto.
Recomendo também que leia os comentários de outros leitores no post Ônibus e Picanha (2), que também acrescentam novos pontos ao debate.
Com o debate ganhamos todos.