23 de julho de 2010

Torto no país dos cegos (*)


Torto no país dos cegos


Estou começando a me sentir como um torto, vesgo e míope num país de cegos e confesso que não é uma sensação agradável. Por dever de oficio, o meu dia a dia me leva a lidar com o verde, projetando e propondo alternativas que contribuam a melhorar a vida das pessoas, a fazer o seu dia a dia melhor.


Nas cidades, como Joinville, um grupo de profissionais tem a mesma tarefa e uma responsabilidade de fazer desta uma cidade melhor, com mais qualidade de vida, preservando e aumentando a biodiversidade e proporcionando mais verde urbano, na forma de arvores nas ruas, praças, parques e espaços de lazer. O sucesso do trabalho destes profissionais esta a vista de todos. Ainda que pelos comentários, pelas cartas nos jornais e pelas solicitações dos delegados do Orçamento Participativo, a população não anda la muito satisfeita com o resultado.


Quando vi implantar canteiros sobre os asfalto da rua XV, no seu entroncamento com a rua Campos Sales, colocando só umas carradas de barro em volta do meio fio, achei que o resultado não poderia ser grande coisa e ao passar quando vejo o desenvolvimento raquítico de uma grama amarelada, fico triste. Quando plantaram as palmeiras imperiais do Bulevar Cachoeira em tubos de concreto de pequeno tamanho, tive a certeza que as plantas não teriam a menor oportunidade de se desenvolver. Dito e feito. Nem folhas novas não lançaram e as palmeiras sobrevivem no seu tubo de concreto, por ironia na frente dos escritórios da mesma prefeitura que projetou o luxurioso jardim. Quando se propôs implantar em Joinville a dita calçada ecológica, com mirradas faixas de grama, de difícil e custosa manutenção, pela necessidade de cortes constantes, pensei que tampouco era uma boa idéia. Quando os canteiros das poucas praças que temos, são preenchidos com flores de época, que em geral são plantadas na época errada e que duram pouco mais de dois meses, achei que o desperdício de dinheiro publico era excessivo. Mas com o meu silencio cúmplice consenti e tacitamente concordei, me omitindo.


Agora ao ver o absurdo que esta sendo implantado no pórtico de Joinville, a ma qualidade do trabalho, o tamanho dos canteiros, o plantio da grama nova, sem a retirada do mato existente e sem o preparo adequado do solo. Achei que chegou a hora de dizer chega. Vamos começar a fazer as coisas bem feitas!

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