A cidade imaginaria
A incansavel capacidade que este governo municipal tem, para criar projetos, para desenvolver propostas, para imaginar uma outra cidade, é digna de elogio.
Para toda e quaisquer coisa que alguém possa imaginar a prefeitura municipal tem mais de um projeto, as alternativas se acumulam em gavetas e caixas empoeiradas. A maioria das soluções, que os projetos propõem acaba ficando obsoleta, antes de ver a luz.
A capacidade de inventar soluções que nunca serão executadas, de confundir fantasia e realidade, pode em alguns casos levar aos ocupantes de cargos eletivos a viver num mundo paralelo, em que não é mais possível discernir o certo do errado. Um caminho perigoso e confuso que é difícil de percorrer.
Os meus filhos cresceram sem poder passear em nenhum dos onze parques projetados, apresentados em cores e maquetes pelo IPPUJ, em não poucas reuniões e palestras. Projetos que mesmo depois de muitos anos e muitos reais continuam sem ser implantados e parecem cada vez mais distantes.
Hoje duas cidades distintas ocupam o mesmo lugar, uma é a cidade imaginaria só visível, para políticos e os seus íntimos, a traves de um fantascopio, invisível a olho nu, para os demais mortais. É a Joinville irreal que nunca sai do papel, e que só cobra vida, na fantasia de nossos dirigentes, que acabam acreditando nesta outra fantasia.
Para nós fica a Joinville real, a das ruas esburacadas, sem espaços para o lazer, sem áreas verdes publicas a Joinville cinza, a do transito lento, dos engarrafamentos, das obras inacabadas, das inaugurações incompletas. A Joinville, que aos poucos vai perdendo o seu brilho de outrora.
Em alguns momentos as duas cidades se cruzam, por instantes é possível vislumbrar na lanterna mágica as duas Joinvilles, Os desenhos coloridos dos projetos, perdem o brilho, a fantasia da computação gráfica, não sobrevive à claridade da luz do sol. E aos poucos as pessoas percebem que a nossa cidade é a real, à de cada dia, a das filas, dos buracos, que tem poeira na época de seca, a do barro na época de chuva.
A outra é uma fantasia, que existe só nas cabeças e nos sonhos dos nossos dirigentes, e os sonhos, sonhos são.
Publicado no Jornal A Noticia
Parabéns pelo artigo de hoje no jornal A Noticia. Claro e franco, coincide com a opinião de muitas pessoas em Joinville.
ResponderExcluirCaro Jordi.
ResponderExcluirLi as tuas considerações publicadas, hoje, no Jornal A Notícia.
Quero cumprimenta-lo pela atitude e também pela coragem, pois, como Você sabe o poder de "polícia" dos nossos governantes é muito forte e tem condições de inibir qualquer iniciativa mais objetiva. Contudo, como Você conhece o segmento, pois, já andou neste meio, tem as suas próprias razões para se manifestar, mesmo sabendo que alguns dos nossos Dirigentes Públicos são avessos a qualquer observação que não seja elogiosa ou aprovadora."A fantasia da computação gráfica não sobrevive a claridade da luz do sol" Brilhante
Poucos tem a iniciativa, como Você, de fazer uma referência objetiva sobre a visão IMAGINARIA dos nossos políticos, dai a minha considerações e o meu respeito.
Receba o meu abraço e votos que continue neste iniciativa.
Parabens pelo seu artigo " A Cidade Imaginária" em A Notícia no dia de ontem.
ResponderExcluirPrecisamos de pessoas como você para opinar sobre planos de governo e ações positivas necessárias para o desenvolvimento equilibrado da nossa cidade.
Se você puder colaborar conosco (sem necessidade de compromentimento político) será muito importante.
Abraço
Xuxo
Prezado Xuxo
ResponderExcluirAcredito que seja a obrigação de todo eleitor de Joinville, contribuir com propostas, ideias e inclusive criticas, para poder fazer desta uma cidade melhor.
O periodo eleitoral é uma boa oportunidade para que todos possamos nos manifestar, e os candidatos que estejam abertos a escutar, terão com certeza um sucesso maior, na empreitada eleitoral