O neologismo não é meu, o mais correto seria dizer o fazimento, mais com certeza perderia a forte mensagem, da diferença intrínseca que existe entre planejar e fazer.
Escutei por primeira vez o então prefeito Luiz Henrique usar a frase, “menos planejamento e mais fazejamento” a mensagem era muito clara para todos os que estávamos em volta, se planeja muito e se faz pouco.
Com o tempo passei a entender a expressão com maior profundidade, não é que se faz pouco, também se faz mal.
Joinville, elaborou o seu plano diretor em 1973, um plano audacioso para a época, muito criticado por uns e elogiado por outros, tanto as criticas como os elogios, são desmerecidos, primeiro pelo desconhecimento geral do que o plano representava e propõe e principalmente, porque muito pouco foi implantado do plano diretor, e o que foi implantado o foi em partes e muito tarde, fazendo da nossa cidade esta imensa colcha de retalhos em que vivemos.
Os grandes eixos que aproximavam os extremos da cidade, nunca foram executados na sua totalidade, a duplicação de Otokar Doerfel, da rua XV, da Benjamin Constant, a natimorta Almirante Jaceguay, que nunca saiu do papel e que hoje tem inclusive prédios construídos, no que seria a sua calha. Formariam o conjunto de eixos que fariam a ligação Leste – Oeste. A abertura da Marques de Olinda, executada só em parte e só pela metade, o alargamento da rua João Colin, a Beira Rio, formam no plano diretor de 1973, o conjunto de eixos que fazem a ligação Norte – Sul. Tantas e tantas outras ruas, obras e intervenções que teriam feito desta uma cidade distinta.
O grande dilema hoje é planejar o que é exeqüível e por outro lado executar o que este planejado. Alguns administradores públicos, menos esclarecidos, vêm no planejamento, uma camisa de força, que impede a implantação dos seus projetos políticos pessoais.
Joinville tinha em 1965, noventa mil habitantes e mil e duzentos veículos, projetava naquela época uma Joinville que no ano 2000 teria seiscentos e cinqüenta mil habitantes e noventa mil veículos. A Joinville de hoje tem quinhentos mil habitantes e mais de duzentos mil veículos. Se por um lado foi possível reduzir a taxa de crescimento populacional, não tivemos tanto sucesso com relação ao numero de veículos, o transito da cidade, cada vez mais caótico e saturado, mereceria um destaque ao discutir a elaboração do novo plano diretor.
Quando, de forma irresponsável, foi autorizada a construção do Fórum, no local em que se encontra, sem atender as exigências municipais de estacionamento, que são exigidas de todos, criou se um forte impacto sobre o transito da região. O mesmo acontecerá com a autorização para implantação do novo fórum da justiça trabalhista no centro da cidade, ou com a instalação de parte dos serviços administrativos da Secretaria da Saúde, no centro de uma área residencial unifamiliar. Decisões tomadas açodadamente, sem planejamento, sem analise, sem discussão ao sabor do momento, movidas por decisões pontuais e politiqueiras.
Precisamos planejar e fazer, mais planejar bem e fazer melhor ainda, porque Joinville merece e precisa.
Publicado no Jornal AN Cidade
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