6 de abril de 2008

Hipotecando o futuro (*)

A cada dia que passa escutamos de novo, que esta ou aquela obra, não poderão ser feitas por conta do alto custo das desapropriações. E aceitamos tranquilamente esta afirmação como uma verdade absoluta, como a clausula pétrea que nos impede de desenvolver.

Por conta do alto custo das desapropriações a cidade tem o seu futuro comprometido. Se as desapropriações são caras, se deve a dois motivos, o primeiro que é o próprio poder publico, quem contribui ao aumento do valor dos imóveis, um exemplo bem recente, a Avda. Marques de Olinda foi construída só pela metade, como resultado do investimento feito, os imóveis que ficam nas suas proximidades e especialmente os que estão localizados no que deveria ser a sua duplicação, aumentam de valor, se acreditamos nas informações das imobiliárias, em media 30 %, em alguns casos bem mais. Agora a prefeitura informa que a obra não será concluída porque o preço das desapropriações é muito alto e a obra ficaria muito cara. O mesmo motivo para justificar a não execução da duplicação da rua Otokar Doerfhel e da rua Ministro Calogeras, obras alias previstas no plano diretor de 1973, e que nunca saíram do papel.

O segundo porque ao implantar os projetos só de uma forma parcial, contribui para aumentar os seus próprios custos, e por tanto os nossos, porque e do bolso dos contribuintes que saem sempre todos os recursos.

A pergunta que fica no ar é, porque o poder publica administra tão mal? Quem de nós no seu pleno juízo aumentaria o preço do que precisará comprar? Não existe uma resposta única. O que é verdade e que um dia depois de outro, Joinville deixa de se desenvolver de uma forma consistente, deixa de estabelecer as bases de um futuro de sucesso, pela falta de previdência, de planejamento, pela ausência de uma visão de longo prazo. Porque nos pautamos pela priorização do imediatismo, da facilidade momentânea, do mais barato.

Os nossos avós já nos ensinaram que o barato sai caro, que a falta de previdência nos cobrara no futuro um alto preço. O que os nossos avós não nos explicaram foi que o futuro seria o nosso presente.

É indigno desta geração, atender as suas necessidades e as suas ambições econômicas à custa do sacrifício e do aumento dos custos para as próximas. Devemos responsabilizar os administradores públicos que com a sua ma gestão, hipotecam o futuro. Uma cidade ou um estado, não podem ser administrados a partir da ótica de eternidades de quatro anos, nem de oito, se aceitamos a reeleição.

As sociedades devem ser planejadas pensando nas próximas gerações e não olhando as próximas eleições. Porque esta conta que pensamos ingenuamente em empurrar para outros pagar, esta caindo no nosso colo, muito antes do que seria previsível

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