29 de julho de 2010

Integração para o futuro (*)


Integração para o futuro

Não forma parte do nosso modelo político a idéia de integrar e cooperar para obter objetivos comuns. O modelo atual privilegia o individualismo de cada um, de cada cidade, de cada estado. O modelo da descentralização não mexeu neste conceito, que alias exige mais maturidade de todos os envolvidos e principalmente muito mais trabalho, na construção do consenso e da cooperação.

Cada município busca atrair novas empresas que gerem mais empregos e mais impostos, que produzam mais prosperidade, sem entender a estreita relação que é preciso construir com os nossos vizinhos. Desenvolver um modelo de excelência regional ou microrregional apresentaria enormes vantagens para todos os envolvidos, desde que construído a partir de uma relação de confiança e do reconhecimento da igualdade entre diferentes.

Joinville enfrentará em curto prazo problemas com o seu lixo, não é preciso ser um vidente para isto. A gravidade e a urgência com que precisaremos enfrentar estes problemas dependeram das ações e providencias que tomemos, ou melhor dizendo, dependerão do que deixemos de fazer hoje. Da nossa capacidade para prever e principalmente de cooperar com os nossos vizinhos.

O atual aterro sanitário esta perto do seu limite, com o aporte emergencial de R$ 10.000.000 será possível estender o seu prazo de validade por pouco menos de 10 anos, muito pouco para uma cidade que esta elaborando um plano diretor para os próximos 20 anos. Em quanto os municípios próximos vivem o drama de transportar o lixo para outras cidades, como Brusque ou Canoinhas distantes mais de 150 km. Joinville olha para outro lado e faz de conta que o problema não é seu, que é um problema dos outros. Seria bom considerar que um novo aterro sanitário, já deveria ser um assunto prioritário. Que a área necessária dificilmente será inferior a 200 Ha. Que desapropriações são caras e complicadas, mais ainda quando envolvem dinheiro publico. Que o valor só da área de terra nua, dificilmente será menor que R$ 20.000.000. Que licenças ambientais, para este tipo de empreendimentos, não se resolvem rapidamente e que sem projetos adequados e uma política de redução dos resíduos urbanos a bomba estourará no nosso colo antes do previsto.

Parece lógico e inteligente começar quanto antes a pensar em desenvolver alternativas regionais para o lixo urbano, com a formação de consórcios municipais, buscando soluções conjuntas para os problemas que temos em comum. Ou podemos continuar fazendo de conta que o problema não existe.

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