20 de julho de 2010

Lixo que não é lixo (*)




Lixo que não é lixo


Gastar R$ 10 milhões numa ampliação do aterro sanitário, para uma vida útil estimada de 10 anos, representa um valor significativo. Mais grave que o valor é a sensação que também neste tema estamos na contramão do bom senso e dos princípios da economicidade. São bem conhecidos os exemplos de cidades que tem feito do lixo uma oportunidade. Em muitos casos tem feito do lixo uma importante fonte de receita, para as sempre combalidas finanças municipais.


Continuar jogando o lixo no lixo, não é uma boa idéia para uma cidade que deveria seriamente se orientar em direção a sustentabilidade, depois da elaboração da agenda 21, convenientemente esquecida por uns e ignorada por outros, Joinville avança a passos largos na construção de um modelo de cidade, predatório e insustentável. As matrizes energéticas do nosso transporte publico não são renováveis, a coleta seletiva representa uma parcela muito baixa do lixo urbano, a construção de áreas verdes que mantenham a permeabilidade do solo e a diversidade ambiental ou simplesmente o tratamento do esgoto sanitário, são resultado tanto da falta de investimento, como principalmente da falta de uma visão de longo prazo, que nos leva a escolher sempre as alternativas mais imediatistas e menos sustentáveis.


Aproveitar o lixo para gerar energia é viável em cidades com 500.000 habitantes, reduzir a geração de lixo, estimulando a reciclagem e desenvolvendo modelos industriais baseados no reaproveitamento das matérias primas que se originam na reciclagem.O custo econômico e ambiental de grandes aterros sanitários, que não sejam projetados para neutralizar o seu impacto ambiental e gerar energia, será cada vez maior e todas as alternativas devem ser estimuladas para alongar a vida dos aterros atuais, seja pelo desenvolvimento e utilização de novas tecnologias ou pela redução da quantidade de lixo gerado.


A idéia que podemos continuar ocupando extensas áreas de Joinville com lixo, que o espaço urbano é infinito e que nosso horizonte de tempo se reduz a pouco mais de quatro anos é uma atitude irresponsável e infantil, pela que deveremos ser responsabilizados. Converter o lixo urbano em recursos econômicos e reduzir o seu passivo ambiental é o novo desafio. O modelo atual já esta superado e nós continuamos investindo nele.


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