A Banalização da Homenagem
A controvérsia iniciada por um grupo de historiadores locais, sobre a conveniência ou não de mudar o nome do Arquivo Histórico de Joinville, traz a tona a pratica de banalizar tudo. É comum em sociedades como a nossa, homenagear as pessoas dando o seu nome a determinados bens públicos. Como a pratica tem se popularizado tanto e as obras publicas tem escasseado cada vez mais, estamos frente a situações cômicas. Como é a de aproveitar as reformas para trocar os nomes, nomes alias que a população sabiamente ignora, numa prova mais da sua sabedoria e tino. Entre as ultimas propostas a de dar ao pórtico de Joinville o nome de um conhecido político. Provavelmente já deve tramitar na Câmara de Vereadores algum projeto de lei, para que a calçada do 62 BI, aproveitando a sua reforma, receba o nome de “Boulevard da Infantaria” ou quaisquer proposta parecida. A banalização tem chegado ao ponto que ninguém deve se surpreender se cada novo poste passa a receber a denominação de algum vizinho ilustre da rua ou de algum importante cabo eleitoral.
Não esta em discussão a necessidade, justa e meritória de reconhecer a contribuição que dezenas de cidadãos tem dado e continuam a dar em prol desta cidade. Porem a banalização leva irreversivelmente ao demérito, as homenagens são tantas, a facilidade com que se outorgam títulos, comendas e medalhas é tanta, que a sensação que acaba ficando é que o mérito dos homenageados é menor.
A banalização esta nos levando simultaneamente em duas direções, nenhuma das quais parece a ideal. Uma a de homenagear sem muito critério na escolha dos méritos que devem ser reconhecidos, não poucas vezes a contribuição em campanhas políticas recentes é motivo mais importante que uma vida dedicada ao ensino, ou a benemerência. A outra a de escolher para homenagear cidadãos ilustres, pontilhões, viadutos, galerias, meio fios, pórticos e sinaleiros, obras publicas menores e sem importância, que desmerecem o nome e a memória do homenageado.
O verdadeiro reconhecimento deveria ser o estudo e a preservação da historia e dos fatos relevantes, que levaram os joinvilenses a ser reconhecidos entre os seus concidadãos. Acrescentar ao nome da rua, sua profissão e as datas de nascimento e falecimento, divulgar os fatos e preservar a sua memória, para as gerações futuras.
Publiicado no jornal A Noticia de Joinville
Olá,
ResponderExcluirImportante suas considerações.
Mantenho uma única discordância é com o termo "polêmica", que no senso comum tem uma aplicação negativa, já que o desejo da carta foi a promoção do debate.
Você o apontou que um número expressivo da população "não tá nem aí" para os nomes propostos. Fico pensando as razões do "não tá nem aí", ainda mais, quando no caso do projeto do Cristo, a homenagem acontece ao represetante de um grupo étnico que não é hegemonico na cidade, é só mais um mais que compõe a colcha de retalhos étnicos que é a cidade.
Abraço,
maikon k
www.amor-armado.blogspot.com
Prezado Maikon, no texto o termo "polêmica" não busca explorar o seu sentido, por vezes negativo, e sim o debate, de inicio de um processo de discussão com a sociedade. O que ao meu ver é totalmente positivo e meritorio.
ResponderExcluirNo jornal A notícia, de hoje, saiu uma carta da Marlise Groth
ResponderExcluirinformando que não partiu da FCJ a mudança do nome do Arquivo Histórico de Jlle.
A FCJ quer a manutenção do nome e afirmou quando possível estará contratando os concursados pra área e q o acervo está aberto a consulta.
O Cristo repondeu a nossa primeira carta, o motivou a escritura de uma segunda carta, mas que não foi publicada, só enviada ao Cristo.
Se quiser ter acesso, avise e encaminhe o seu emeio.
inté,
maikon o.
amor.armado.blogspot.com