15 de novembro de 2009

Anel Viário


Anel Viário

Em recente entrevista ao jornalista Claudio Loetz, no jornal A Noticia, o presidente da ACIJ sugere a construção de um anel viário para resolver os problemas do transito em Joinville. A proposta serve também para questionar o projeto de um eixão norte-sul.

O bom senso recomenda que a idéia de construir um eixo norte-sul, deve ser vista com ceticismo, primeiro porque foi concebida de forma apressada, nos estertores da administração municipal passada e mais direcionada a criar um fato político, na campanha eleitoral que a ser propriamente uma alternativa viável.

O projeto, que nunca parece ter superado a fase de um desvario, apresentado na forma de um rascunho colorido, é caro, exige pesadas obras de infra-estrutura e quase com certeza nunca sairá do papel e se o fizer, será só parcialmente, acrescentando uma mais as dezenas de obras incompletas ou parcialmente executadas.

Os seus principais erros, são o de não resolver as necessárias ligações leste-oeste, e desconsiderar o modelo de uma cidade policentrica, que precisa fluir sem passar obrigatoriamente pelo centro.

O presidente da ACIJ, tem dois grandes "defeitos", que o qualificam para opinar sobre o tema, a pesar de não ser um especialista em urbanismo. O primeiro, ser uma pessoa viajada. Viajar lhe permite adquirir uma perspectiva diferente da cidade, dos seus problemas e das possíveis soluções. Ao ver a cidade com outro olhar, e por conhecer outras realidades possíveis, passa a propor outras alternativas que não sejam as pautadas pelo imediatismo político e pela mediocridade possível.

O segundo defeito, mais grave ainda, é o de ser alguém que pensa, e que faz do pensar um habito. Que planeja a médio e longo prazo. Que toma decisões que definirão o futuro de milhares de pessoas nas próximas décadas. Esta forma de agir, confronta com a unicidade de pensamento e com a falta de criatividade, que tem traçado o destino de Joinville nos últimos anos. Se por um lado a sua opinião contrasta com os projetos que repousam nas gavetas da prefeitura, pelo outro exigirá dele e da entidade que preside, posições e atitudes mais firmes, se deseja ver as suas propostas se concretizar.

Lembra este episodio, aquele rei da idade media, que querendo confrontar o conhecimento dos sábios do reino, lançou a questão: Aonde está o centro do mundo? Depois que rodassem as cabeças de algumas das eminências do reino, um jovem discípulo, respondeu: O exato lugar que sua majestade ocupa. Porque sendo o mundo redondo, todos os pontos estão equidistantes. Frente aos que enxergam um mundo plano, é bom escutar que o mundo é redondo, como a proposta do anel viário.

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