8 de novembro de 2010

Padroeiro, Padroeira? (*)


Como do nada surge a polêmica sobre a necessidade de Joinville ter um padroeiro ou uma padroeira, que neste tema da hagiografia é necessário respeitar também o gênero e os católicos estão bem servidos tanto de santos, como de santas, para poder escolher.

A primeira questão deve ser se precisamos mesmo ter um santo protetor? a segunda questão lógica seria quais os critérios para se candidatar ao cargo? Porem a questão mais importante deve ser, como lidar com o tema, numa sociedade em que os estado é e deve permanecer laico. Num pais como o Brasil que respeita a liberdade de cultos, como tomar partido por um em detrimento dos outros?

Os muçulmanos sugerirão que seja escolhido um Sufi, os católicos proporão um entre a miríade de candidatos do seu santoral, budistas e taoistas também terão, mesmo que sejam um grupo pouco representativo, o direito a indicar candidatos. Sem esquecer de luteranos, evangélicos, hinduístas, animistas e os adeptos ao candomblé. Definitivamente entramos num terreno escabroso e colocamos em pauta desnecessariamente um tema de difícil solução. Neste nosso jeito sambaquiano de inventar problemas quando não precisa.

A solução poderia ser buscar apoio e inspiração no sincretismo. Desenvolver a capacidade de buscar soluções na unificação de idéias e doutrinas distintas e por vezes inconciliáveis. Algumas propostas que poderiam ser incluídas no debate prévio a realização de uma grande pesquisa popular, seriam os nomes dos seguintes candidatos Priapo, Onã, Necantacoa, o deus dos ébrios para os índios chibcha ou Dyonisos, o Baco para os romanos. A Nossa Senhora das Chuvas e Trovoadas, seria uma firme candidata numa cidade em que tem mais dias com chuva que ensolarados. Outros nomes do mesmo nível e qualidades podem ainda surgir de iniciativas populares, desde que acompanhadas por abaixo assinados com mais de três mil assinaturas. A duvida que permanece é se candidatos sem CPF podem ser inscritos, e se uma vez eleito o padroeiro oficial da cidade, passara a receber algum tipo de benesses ou representará um custo para os exauridos cofres públicos.

O debate esta aberto, toda Joinville deve se envolver neste debate apaixonante e prioritário, todos os outros temas são acessórios e podem ser postergados. De o seu palpite. Vote, apóie o seu candidato.

3 comentários:

  1. Caro Jordi
    Estamos como aquele cara chocado, tentando tirar a poeira da mesinha da sala enquanto o furacão leva embora a casa inteira.
    Cá entre nós, Santo(a) Padroeiro(a)? Tenham paciência!
    Nico Douat

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  2. Em defesa dos povos pré-coloniais acho que estamos bem longe de ter um "jeito sambaquiano". Se tivéssemos os problemas seriam menores.

    Uma cultura que existiu na nossa região por mais de 3 milênios certamente é um caso de sucesso.

    Aliás se a cidade olhasse mais para os seus patrimônios (históricos, ambientais, urbanos, e tantos outros) certamente teríamos menos problemas.

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  3. Para escolha do padroeiro(a) poderiamos usar os modelos tipicos de conselhos democraticos, sete membros eleitos da sociedade laica, sete indicados do santo e em caso de empate outro indicado do santo
    Chamam isso de democracia participativa

    K da KGB

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