
O empresario Ely Diniz, publicou hoje no jornal A Noticia um texto forte, contundente e real, porque o relato se desenvolve a partir da sua própria experiência. O exemplo de compartilhar o espaço urbano com vizinhos indesejaveis, barulhentos e desrespeitosos. A falta de fiscalização adequada e o conseqüente descumprimento da legislação atual e principalmente a ausência de leis que se adequem a realidade do dia a dia, merece atenção e resposta adequada do poder publico.
Joinville tem se convertido na meca do desenvolvimento a quaisquer preço e a quaisquer custo.
Ninguém merece!
Há alguns meses, aposentei o despertador. Sei o  que você está pensando: estou dormindo mais, curtindo mais a vida e me  desligando do trabalho rotineiro. Não, meu amigo. Todos os dias, de  segunda a segunda, sábado, domingo e feriados incluídos, eu e todos os  moradores do meu prédio e da vizinhança, na rua Expedicionário Holz,  somos acordados invariavelmente entre 6h30 e 7 horas da manhã pelo  barulho da construção de um prédio de 18 andares. Todas as manhãs!
No  início, ficamos indignados, imaginando que a construtora estivesse  extrapolando o horário permitido, e fomos em comissão reclamar a todas  as instâncias do Poder Executivo. Para nossa surpresa, soubemos que tudo  estava de acordo com a legislação.
Os códigos de postura e meio  ambiente do município, implantados há dez ou 15 anos, permitem que  edifícios sejam erguidos de forma ininterrupta. A única coisa que a  legislação exige é que a poluição sonora não ultrapasse 60 decibéis (?),  em determinados dias e horários.
Para verificar isso, a Fundema  seria obrigada a colocar um técnico de plantão em cada obra, durante 12  horas, pois o barulho intenso não é constante. O ruído ensurdecedor de  serra elétrica, trator, caminhão, etc. é pontual. Apenas o suficiente  para cortar o sono, seja no início da manhã ou à tarde – se num sábado,  depois do almoço, você tiver a ideia absurda de descansar.
O mais  interessante é que numa madrugada, por volta de 1h30, fomos todos à  janela acordados pelo barulho ensurdecedor de um caminhão imenso  descarregando um trator igualmente titânico. Isso se repetiu outro dia,  às 5h30, com o descarregamento de uma máquina para fazer os buracos da  fundação do prédio.
Esse tipo de transporte que atrapalha o  trânsito só pode ser feito entre meia-noite e 6 horas da manhã.  Incrível, o trânsito não pode ser prejudicado, mas o nosso sossego pode.
Com  o atual boom imobiliário, as construções pipocam, principalmente nas  zonas residenciais, onde se presume que os moradores tenham alguns  direitos ao conforto urbano. O progresso precisa ter limites. Essa  legislação, feita sei lá quando nem de que forma, precisa ser revista  pelos poderes constituídos, para o bem de Joinville.
elydiniz@edmlogos.com.br
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