6 de novembro de 2010

O Looping


O Looping

O looping é uma manobra, que só esta ao alcance dos pilotos e das aeronaves mais experimentados, exige alem de pericia e habilidade, uma forte dose de adrenalina e nervos de aço para o piloto e um avião com uma excelente relação peso - potencia.


O looping consiste em iniciar uma ascensão vertical, utilizando toda a aceleração do motor e segurando todo o comando do leme, mantendo o manche firme, para traçar um circulo perfeito, que traz o avião de volta exatamente ao ponto de inicio da arriscada manobra. Se desde o ponto de vista de pericia e risco é uma manobra impecável, ao olhar desde uma perspectiva de efetividade, o looping tem resultado negativo, expôs ao piloto e aeronave a um grande risco, exigiu um grande consumo de combustível e enorme desgaste físico e emocional do piloto, para voltar ao ponto de origem e encontrar só a própria fumaça.


No Conselho da Cidade é possível presenciar com regularidade a evolução destas acrobacias. A penúltima foi a reunião convocando, a todos os participantes do conselho, em horário comercial, o que prejudicou a participação da maioria dos representantes da sociedade civil. Utilizando uma metodologia participativa, foram levantados os problemas que o Conselho reconhecidamente enfrenta, depois dos seus dois primeiros anos de atuação, também foram levantados, mesmo que sendo menos, os pontos positivos e finalmente foram solicitadas propostas para melhorar o funcionamento do Conselho da Cidade. Um belo looping, espetacular, porem de resultado inócuo. Quando dos pontos negativos não se analisam as causas, nem se priorizam pela sua gravidade ou tendência. Quando as propostas não estão focadas em resolver os problemas identificados e ficam na linha indefinida de intenções ou sonhos, a reunião passou a ser uma bela demonstração de acrobacia aérea. Linda, porem inútil. Foguetório barulhento e pouco produtivo.


Como conclusão do chamado, pomposamente, Plano de Ação para o Planejamento Estratégico do Conselho da Cidade, elaborou se um documento, que alem de não conter prazos, nem responsáveis, objetivos e indicadores, tampouco aborda a totalidade dos problemas levantados. O que tem tudo para não levar a nenhum resultado concreto, porem serve para evidenciar a falta que faz o “P” de Planejamento, para o Conselho e principalmente para a cidade, deixa ainda aos conselheiros engolindo a fumaça da pirotecnia inútil.

Publicado no jornal A Noticia

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