O DOUTOR E A RAINHA DA INGLATERRA
Não acredito em pessoas que se utilizam muito da expressão “eu acho”. Não gostaria, mas suponha caro leitor, fosse você obrigado por motivos de saúde a consultar um doutor, e depois da descrição dos sintomas de seu mal estar o especialista lhe disse-se: eu acho isso ou acho aquilo. Se eu não sei o que tenho e procuro alguém dito especialista que acha, no mínimo devo rapidamente procurar outro profissional.Imagine que você começou o tratamento do “eu acho” e depois de certo tempo não tendo um resultado satisfatório no tratamento o fizesse procurar outro especialista que prometesse resolver seu problema. Nas questões de saúde somos muito crédulos pela necessidade que temos de nosso corpo, portanto naturalmente damos um tempo para creditar valor ao tratamento.
Nos casos de cura devemos elogiar os doutores, o que me preocupa são os que na defesa corporativista mantém o mesmo tratamento independente do resultado. Defende-se alegando que recebeu o paciente de outrem dessa forma, e por falta de princípios, despreparo ou falta de vontade de trabalhar continua levando o moribundo a definhar.
Acusa a macumbeiros, mães de santo ou charlatões a pouca eficácia ou lambaças no tratamento, pois no seu entendimento o fato de ser DOUTOR lhe beneficia poderes maiores que a Rainha da Inglaterra que nada decide. Quando cobrado seu discurso nunca é propositivo, defende-se atrás da falta de recursos que novamente são creditados a outros ou ao sistema que recebeu.
Aos parentes preocupados afirma primeiro de forma intempestiva e arrogante que é Doutor e que o adoentado é como um campo de futebol onde ele e sua equipe estão ganhando o jogo, demonstrando total falta de sensibilidade ao considerar o cliente apenas uma mercadoria. Ditatorial define tratamentos, receita e aplica remédio despreocupado dos efeitos colaterais, considerando alertas, interpretações ou criticas sobre suas formulas apenas de despreparados perdedores.
Este exemplo serve para qualquer profissão, e fosse eu o paciente imediatamente iria procurar outro especialista ou no mínimo outra opinião.
Arno Kumlehn
Arquiteto e Urbanista
Interessante a análise das Rainhas de plantão no paço municipal.
ResponderExcluirO texto retrata bem uma realidade local, que se repete a nivel estadual e nacional.
ResponderExcluirO faz ainda de uma forma ironica e ao mesmo tempo mordaz.
Merecia ser publicada no nosso blog