23 de novembro de 2008

Comentando, comentarios


Um dos nossos leitores escreveu o texto a seguir que transcrevo em azul e itálico e que passarei a comentar diretamente no post em preto.

Alguém lembra alguma vez o Mercado Público inundado? Nem mesmo quando da ocorrência de marés de sigízia com chuvas isto ocorreu. Eis porque a ponte da rua 9 de março causa este problema para o centro de Joinville. Este estudo de represamento foi apresentado ha mais de 30 anos pelo engenheiro Leones Greipel e ninguém deu bola.

Impressiona o descaso, a ausência de politicas publicas adequadas e principalmente de bom senso, em quanto esta administração gastou dinheiro publico em projetar e executar o Boulevard Cachoeira ou para construir uma praça ponte sobre o rio Cachoeira, para isto tem recursos. Porém não se fazem os estudos e projetos para minimizar os estragos das enchentes, nem para ampliar pontes. E falar da audiência publica que aconteceu na Sociesc para apresentar o Plano Diretor de Drenagem pluvial, é uma piada de mau gosto.

A ponte, óbviamente, é apenas uma parte do problemas que nos trazem inundações. A calha baixa dos rios Mathias, Jaguarão, Morro Alto foram estreitadas ao longo do tempo.

A dessidia e o descaso fizeram o resto, a indolência e a picaretagem colocaram a pá de cal.
e a chuva veio para nos lembrar, de toda a sucessão de erros que foram cometidos.


Ocuparam integralmente a calha alta e, em muitas situações cobriram os rios. As águas então seguem o caminho menos resistente, que são as ruas e os terrenos, recuperando parte de seu território natural. Podemos aliar a isto a não manutenção e limpeza dos córregos e rios. Os cortes dos morros são brutais, a impermeabilização do solo é contínua e as obras públicas não levam em conta este condicionantes. O deslizamenteo que aconteceu na Churrascaria do Lino (Rua XV) neste sábado é o exemplo da idiotice do homem para ocupar áreas, fazendo cortes absurdos de terrenos argilosos, típicos de Joinville, mesmo que tenha noção do risco. Depois, de nada adianta lamentarem-se.

A queda de barreiras, as inundações e os prejuízos constantes de bens e inclusive de vidas humanas, são a prova cabal desta situação, rios de tinta se somaram agora as águas do Cachoeira, do Mathias ou do Morro Alto, para ser esquecidos depois que saia o sol de novo.


Solução para tudo isto? Educação, cultura, consciência coletiva e muito, muito trabalho para resgatar aquelas condições mínimas de segurança e equilíbrio com a natureza. Quando no debate do Plano Diretor foi sugerido que a cidade preparasse seus planos de emergência e contingência, alguns riram e disseram que não era ali o local para tratar disto.

O modelo de desenvolvimento definido para Joinville, esta se mostrando inadequado e mesmo que importantes entidades da nossa sociedade organizada, apoiem a ocupação desordenada e o desenvolvimento a quaisquer preço, o preço esta ficando cada vez mais alto e difícil de pagar. Quando a sociedade organizada comece a entrar com ações na justiça para cobrar os estragos e prejuízos ou quando alguma autoridade seja responsabilizada por ter autorizado o que não era autorizável, pode ser que as coisas comecem a mudar. O Plano Diretor precisa sim prever a sustentabilidade desta cidade.

Pois é, nossas leis urbanisticas perimitiram ocupar todos os espaços e então pergunto: Quando então vamos tratar do assunto? Precisamos acabar com a mediocridade e com a avareza dos exploradores inescropulosos da cidade. A cidade necessita ser compartilhada de forma equilibrada e, se houverem riscos a correr, há que se ter consciencia e conscentimento coletivo para assumi-los, senão ficaremos eternamente querendo achar culpados.

Tem culpados sim e devem ser responsabilizados, colocar continuamente panos quentes só estimula a impunidade e o descrédito.

O Gert fez inumeras afirmações, mas não é uma pessoa que pode ser chamda de razoável, capaz de dialogar ou de ser propositiva. Desconfio de algumas ONGs onde se abrigam muitos charlatões, prontos para dar o bote. Quando isto acontece, lembro de criminosos que se tornam santos ao se abrigarem nas seitas e igrejas de crentes, como se isto limpasse seu passado sujo.

Desacreditar os mensageiros. não muda a mensagem, devemos ter a capacidade de olhar alem do mensageiro, temos nomes ilustres desta cidade, que podem ser chamadas de razoáveis, abertos ao dialogo e propositivos e que utilizam de toda sua capacidade para fazer o mal, para apoiar tecnicamente este modelo, para mudar leis e elaborar pareceres técnicos que convenham a estes ou aqueles interesses.

Se não tivermos homens conscientes probos, inteligentes e aptos a trabalharem para o bem comum, ou a dedicarem-se para mobilizar a sociedade na busca de boas intenções e propósitos, de nada adianta o bla, bla, bla. Enquanto isto contabilizamos os prejuízos. No sábado tivemos 138 deslizamentos oficialmente apontados e todos são de áreas cuja terraplanagem foi executada de forma irregular, sem técnica, com alto grau de risco, sem a aprovação ou fiscalização dos órgãos ambientais ou do governo municipal.

Os números da tragédia falam por eles mesmos e o fato de ter sido uma tragédia anunciada faz que a situação seja mais grave. O que cada um de nós pode fazer e defender os seus princípios e participar dos foros que a sociedade proporciona. Fazer sentir a sua opinião.

O prefeito que se diz engenheiro sanitarista foi um dos mais negligentes na questão ambiental e do saneamento. Tivemos particamente 45% da área urbanizada da cidade alagada ou inundada com vários níveis de gravidade. Tudo isto merece uma profunda reflexão e atitude concreta e imediata para corrigí-la. O problema é que logo, logo vem o sol, verão, caipirinha, churrasco, praia, festa e aí, nossa memória já esqueceu...


Joinville paga hoje o preço de anos de abandono. E a falta de memoria faz que este tipo de situações possam se repetir com uma regularidade assustadora.

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