Como na fabula orweliana, alguns acreditam ser mais iguais que outros e nada melhor que um dia depois do outro para colocar cada um, de volta no seu lugar.
O outro grupo se prepara para assumir a administração da maior cidade de Santa Catarina, um sonho largamente acalentado. Seria recomendável para este grupo, lembrar o exemplo dos cesares romanos. Que ao voltar a Roma, depois de vencer batalhas e guerras, contra povos bárbaros e inimigos do império, eram recebidos com ricas festas e homenagens que culminavam com um desfile triunfal, percorrendo as ruas e avenidas da capital imperial. Em lugar de destaque situado imediatamente atrás do general vitorioso, quase como a sua sombra, se situava o rei derrotado, que carregado de correntes, tinha como obrigação lembrá-lo a cada momento, no meio do fausto e da ebriedade da gloria, da sua condição de simples mortal. "Memento mori", lembre da morte, era a frase que o escravo repetia. Para evitar que se deixasse contaminar pela euforia da vitória, pelo canto de seria do poder absoluto. Não poucas vezes os generais vitoriosos acabam acreditando que são semideuses. Numa categoria que os situa acima do bem e do mal.
Não deve ser fácil, para quem foi eleito, não se deixar levar pela tentação e acreditar no canto dos áulicos, dos aduladores de plantão. Os romanos que o sabiam tomavam a precaução de lembrar ao ganhador que era mortal. Parece mais difícil lidar com a vitória, que com a derrota. Porque ao dar-lhe poder o homem se mostra como ele é, e temos oportunidade de conhecer de que fibra é feito cada um.
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