Por conta das novas tecnologias que nos obrigam a passar a maior parte do tempo da viagem em filas, em salas de embarque cheias em aeroportos distantes ou em situações que relembram sessões de strip-tease de inicio do século XIX, tendo que tirar sapatos e cintos em controles de segurança cada vez mais exigentes. Viajar perdeu boa parte do encanto de outras épocas.
No meio de uma viagem destas, a internet me permitiu receber a informação de outra viagem, a do nosso prefeito, com a correspondente comitiva e custeada pelos cofres públicos.
Como o que me sobrava era tempo, comecei a pensar na possibilidade que a qualquer momento aparecesse ele, seguido da sua comitiva, para a sua última viagem internacional. Imaginei se no seu roteiro para Alemanha e França, não teria a oportunidade de me deparar com a sua comitiva oficial, formando um grupo animado e festeiro. Alegre e divertida, encaminhando se a cumprir uma heterogênea agenda política e administrativa.
Mas por mais que me esforce, não consigo imaginar que importantes motivos oficiais levam o nosso alcaide a realizar uma viagem internacional, quando lhe restam menos de dois meses de mandato. Qual o custo da viagem, qual o tamanho da comitiva? E principalmente quais os tratados internacionais, as reuniões e as visitas previstas? Qual a importância desta viagem? Até foram realizados determinados questionamentos em sessão da Câmara de Vereadores. Evidentemente não seria esta Câmara a que poderia negar a autorização para a viagem, inclusive por contar com a participação de dois parlamentares.
Convenci-me depois de um tempo de reflexão, que minhas preocupações, careciam de fundamento. Uma viagem internacional, neste momento, Não poderia ser uma viagem oficial. Só poderia se justificar por motivos pessoais, uma viagem de férias, puro lazer, porque ninguém é de ferro. Para se repor do esforço realizado ao longo de todo seu mandato. Melhor, porque além de não onerar os cofres públicos, acredito que ele, mais do que ninguém merece umas boas férias. Depois de tanto trabalho árduo.
Claro que tem quem possa pensar que as férias do prefeito, poderiam começar depois do dia primeiro de janeiro, quando do seu retorno ao quadro de funcionários da Prefeitura Municipal de Joinville. O que não deixa de ter a sua lógica.
Publicado no Jornal A Noticia
Faço uma pequena conta de que 6 pessoas façam parte desta tal comitiva para esta viagem "importantíssima e muito relevante" para os joinvillenses. Para um período de 1 semana, calculo um despesa para atender aos mimos da comitiva que vai certamente superar os 100 mil reias. Fico a pensar o que pensam aqueles desafortunados que necessitam dos remédios que não estão disponíveis nos Posto de Saúde. Fico pensadno que com este dinheiro poderíamos suprir, e com folga, as macas inxistentes no pronto socorro do hospital São José. Estou exagerando? Não! Não sabem estes afortunados viajantes qual é a humilhação de ficar sem a assistência médica ou desprovidos de uma simples atenção especial nas emergências dos PAs e Hospitais. Quantas entidades recebem muito menos que isto de subvenção municipal por ano, como se isto fosse algo excepcional. Boa viagem e, sinceramente, não retornem.
ResponderExcluirSérgio Gollncik