Os cavaleiros do apocalipse lançaram seus raios sobre a cidade: “vai começar a guerra rua por rua.” Pergunto se é sob o enfoque do “terrorismo urbano” que devemos discutir a cidade justa e sustentável.
O crescimento induzido como foram os diversos ciclos de nossa história, transmutados para o desenvolvimento, depois ao prosperar autentico,merecem mais cuidados, debates e conceitos claros de nossas vontades futuras sobre a cidade.
Vejo que o problema não reside no desenvolvimento, mas na maneira pela qual ele tem sido definido ou indefinido, e mesmo do que dele podemos esperar pesando os custos e benefícios. O que temos assistido é a vitória dos custos devidamente socializados sobre toda a sociedade produtiva. A urbanização gerou congestionamentos, inseguranças, perda da identidade cultural e social, riscos, doenças e insalubridades entre outras.
Os que se preparam para guerra como afirmam alguns devem sim redefinir seus conceitos sobre sustentabilidade. Entender que o conceito do sustentável vai além dos volumes de produção econômicos e da cidade do velho e desprestigiado PIB. Devem os gladiadores do novo Coliseu, incorporar neste contexto o chamado IDH com suas
variáveis relativas à esperança de vida e educação. Devido a sua beligerância não podem ser tímidos, buscando ainda o campo da distribuição de renda, geração de emprego, segurança e criminalidade que influem decisivamente no conjunto das variáveis que definem o que chamamos de qualidade de vida.
Incorporar uma nova matriz metodológica e decisória onde os ambientes sejam priorizados sob o aspecto de nossa necessidade de vida e não apenas como reprodutor econômico de mais valia.
Existem muitos instrumentos de avaliação que devem justificar as propostas das novas leis sobre os usos da cidade: relatórios de impacto urbanístico, infra-estruturais, sociais, energéticos e poluidores, climáticos, riscos e emergências, conforto, segurança pública, econômicos.
A sustentabilidade apresenta hoje conceito abrangente e indivisível, não podendo ser aplicada isoladamente nas esferas da ação humana. Não tomada como parâmetro ou levada de forma fragmentada não produzirá as mudanças necessárias a transformação do conjunto dos ambientes humanos, rumo ao imprescindível equilíbrio ambiental.
Arno Kumlehn
Arquiteto Urbanista
15 de fevereiro de 2011
Os Terroristas Urbanos
TERRORISTAS URBANOS
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