20 de fevereiro de 2011

Aprendendo com os erros (*)

Aprendendo com os erros


Passando na Rua Conselheiro Arp, me chamou a atenção uma faixa anunciando a venda de um imóvel. O mesmo exatamente, que foi usado como ponta de lança, para justificar uma mudança de zoneamento na Rua Conselheiro Arp. Os vereadores presentes na audiência pública, se sensibilizaram com o discurso histriônico e emotivo, em defesa das viuvas carentes e dos aposentados, que com experiência de profissional, foi apresentado pelo líder do movimento pro mudança de zoneamento. Amparado num abaixo assinado, que continha poucas assinaturas de moradores e proprietários afetados pela mudança, e muitas de amigos, conhecidos e vizinhos de outras ruas. Faltou rigor técnico e sobrou emoção e superficialidade aos vereadores na analise daquele projeto, que acabou sendo aprovado.


A mobilização da sociedade organizada permitiu que o projeto original, recheado de absurdos e que trazia no seu bojo, também uma mudança do gabarito, que permitiria um adensamento da área e a conseqüente valorização, fosse alterado e o seu impacto final acabasse sendo bem menor que o pretendido. Sobre a sinceridade das lágrimas do líder do movimento e do seu discurso inflamado em defesa de viúvas e desafortunados a faixa que informa da sua decisão de vender, depois de obtida a valorização, fala mais alto.


No passado recente, também foi alterado o zoneamento de um único imóvel localizado na confluência das ruas Aquidaban e XV por conta da suposta vinda de um empreendedor que instalaria la um hotel, e só o faria se o zoneamento mudasse, Mudou, e do hotel nada. A mesma coisa aconteceu com a área em volta do polêmico imóvel da UFSC, por conta da possível instalação da universidade. A cada dia surgem mais duvidas sobre se de fato a universidade se instalara naquele brejo, mas as mudanças já forma incluídas no macro-zoneamento.


Seria muito recomendável que a Câmara de Vereadores passe a analisar com maior atenção o impacto das leis que aprova, verificar a veracidade das informações que acompanham os projetos e checar a credibilidade e representatividade dos lideres da sociedade civil. Os vereadores devem exercer com firmeza o papel republicano de fiscalizar o executivo. Acreditar piamente em todas as informações que acompanham os projetos tem se mostrado pouco recomendável e tem colocado a própria câmara em situações delicadas. Aproveitar a experiência do caso do IPTU para aprender dos erros parece um bom conselho.

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