Depois da tempestade
As chuvas deste verão permitiram varias constatações, a primeira é que o numero de meteorologistas amadores aumentou em Joinville ao ponto que poderíamos formar uma associação. A segunda, que Joinville é uma cidade mal planejada e a terceira, que não estamos preparados para agir com eficiência numa situação de emergência.
Cada uma das autoridades entrevistadas citava dados diferentes e inclusive divergentes, sobre a quantidade de milímetros, litros e centímetros. Os prejuízos evoluíam de pouco a uma enormidade, os valores monetários passavam dos milhões, isto sem ninguém ter em mão dados verazes e verificáveis. A maioria, dos que não tinham nada, tinha perdido tudo. Em resumo uma confusão só. Em que só faltou a imagem do prefeito com o colete laranja da Defesa Civil. Sobro chute, achismo e faltou informação e precisão.
Sobre o planejamento melhor nem falar, ficou escancarada a forma amadorística com que o tema é tratado em Joinville desde faz anos. As autoridades de plantão dedicaram todo o esforço possível a achar culpados e desculpas. Nem São Pedro, nem os colonizadores, nem todas as administrações anteriores ficaram a salvo do dilúvio de bobagens. As soluções apontadas iam desde a dragagem da barra do Rio Itapocu, até levantar a cidade cinco metros, com um complexo sistema de macacos hidráulicos e a construção de diques, galerias, canais extravasores e obras públicas que rivalizariam em complexidade e orçamento com as pirâmides do Egito ou a Muralha da China. De concreto pouco, um montão de palpites e a insistência em seguir ocupando áreas de risco e alagáveis com projetos habitacionais de alta densidade.
A ausência de um alerta, para uma sociedade sem preparo, nem treinamento para reagir em casos de catástrofe, obrigou os voluntários a correr riscos desnecessários. A Defesa Civil supriu como sempre a falta de meios com o excesso de voluntarismo e de coragem. Joinville precisa estar melhor preparada frente a situações de risco, cada vez mais freqüentes e mais graves.
Quando Joinville ainda define o futuro no seu Plano Diretor, é o momento oportuno para fazer as correções de rumo necessárias, para construir uma cidade sustentável, desestimulando a ocupação das áreas de risco e priorizando o debate dos temas importantes para a sociedade. Pilotando a nave, com pericia, mantendo o debate eqüidistante do imediatismo fácil e da megalomania irreal.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville
Jordi,
ResponderExcluirParabéns pelo comentário de hoje na AN.
Talvez um dia os órgãos públicos serão administrados por técnicos e, espero que competentes.
Continue assim!
Abraço,
Oscar