26 de outubro de 2010

IPTU Verde


IPTU VERDE


Existe uma grande diferença entre a visão de longo prazo e a de curto prazo. O preço de olhar e pensar só no curto prazo é caro. A visão curta induz o administrador publico a aumentar os impostos para ter mais recursos para executar mais obras e investimentos, para resolver os problemas que a cidade tem. A visão estratégica, aquela que enxerga além do horizonte dos quatro anos de uma gestão, e que busca se antecipar aos problemas.



São Carlos no estado de São Paulo implantou o IPTU Verde, que desonera em até 4%, os proprietários que plantem arvores e mantenham áreas permeáveis. O objetivo é manter e aumentar a qualidade de vida das cidades, aumentar a cobertura verde, pelo aumento de numero de arvores, reduzir a temperatura urbana, pelo efeito que o sombreamento produz em ruas e jardins. Porem o principal objetivo desta política é a de aumentar a permeabilidade do solo, evitar ou minimizar o efeito de chuvas e enxurradas. O conceito é simples, evitar construir grandes obras publicas, como piscinões, tubulações e galerias, para resolver os problemas ocasionados pela impermeabilização das cidades.



O IPTU Verde, nos moldes que tem sido implantado em São Carlos - SP seria uma alternativa inteligente e viável, para uma cidade, como Joinville, que ainda mantém áreas verdes significativas, que devem ser preservadas. O resultado seria uma cidade mais verde, mais sustentável e com maior qualidade de vida para todos. É possível reverter ainda às iniciativas de aumentar a impermeabilização da cidade, que o poder publico esta estimulando de forma irresponsável e inconseqüente. Devemos deter a constante transformação de áreas verdes e jardins em áreas de estacionamento pavimentadas. A redução de recuos e o aumento das áreas construídas representam uma bomba de tempo, que exigirá futuramente pesados investimentos públicos, para resolver problemas que poderiam ser evitados.



A lógica é que é mais econômico evitar fazer obras, para corrigir problemas que não precisariam existir, se a cidade e principalmente os seus administradores desenvolvessem uma visão estratégica de médio e longo prazo. Numa cidade situada quase ao nível do mar, com elevado nível freático, que sofre influencia de marés em grande parte do seu perímetro urbano, não é lógico estimular a impermeabilização, o aumento do cinza e a perda da qualidade de vida. O preço será maior, Não será pago por esta administração, certamente será pago pelos mesmos contribuintes de sempre.


Publicado no jornal A Noticia de Joinville

2 comentários:

  1. Leo Dantas. (Dantas Arquitetura)quarta-feira, outubro 27, 2010

    É por aí... o poder público deveria incentivar a ocupar, de forma correta (mantendo e fazendo bom uso), áreas/lotes que possuam algumas limitações naturais. Tornando os empreedimentos, não só viáveis, mas tomando partido das limitações a seu favor.

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  2. Parabéns por mais uma opinião técnica correta e de alto nível.
    Li em algum lugar que se trocássemos todos os telhados das casas / prédios de São Paulo de telhas para laje impermeabilizada com cobertura de grama, a temperatura média reduziria em 5 graus.
    Obviamente a velocidade da onda de cheia reduziria também.
    Continue na luta pelo sustentável.
    Estou a disposição se precisar.

    Abraço,

    Oscar

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