24 de outubro de 2010

Elio Gaspari na Folha de São Paulo (I)

Luiz Zidane Lula da Silva


O presidente não pode sair por aí dando cabeçadas des-leais nos adversários; no "dia da farsa", o farsante foi ele




PARA FICAR NA METÁFORA de Lula, seu comportamento ao comparar o ataque sofrido por José Serra no Rio ao teatrinho do goleiro chileno Roberto Rojas foi semelhante ao do jogador francês Zinedine Zidane quando deu uma cabeçada no zagueiro italiano Materazzi, em 2006.


Lula deve desculpas a Serra. Chamou-o de mentiroso sem ver os vídeos que reconstituem o incidente. Se os tivesse visto, não teria mentido, pois só uma pessoa desonesta (e as houve, muitas) não via que retratavam dois episódios, distintos. Serra foi atingido duas vezes, por uma bola de papel e por um objeto mais pesado. A entrada de Nosso Guia no debate foi um golpe desleal, demagógico.


Se tivesse ocorrido um "dia da farsa", com Serra simulando uma agressão, teria havido uma malfeitoria de candidato. Infelizmente o farsante foi Lula, no exercício da Presidência da República, função que está obrigado a honrar até o dia 1º de janeiro de 2011.

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