1 de outubro de 2010

A Escola de Sagres (*)

A Escola de Sagres

Quando o Infante D. Henrique convidou um cartógrafo catalão para iniciar em 1417 uma escola Náutica em Sagres, criou um modelo de construção do conhecimento que se situo séculos na frente do se tempo. Reunindo no Algarve o conhecimento que existia no mundo das artes da marinharia, da construção naval, das técnicas de fabricação de cabos e velas. Especialistas em cartografia, desenho, astronomia e navegação de todos os países e origens se reuniram em torno de um projeto, que permitiu que Portugal dominasse durante séculos os oceanos, e alcançasse o seu máximo desenvolvimento econômico e cultural.

A capacidade de aglutinar em volta de um projeto os mais capazes, não pode ser considerada uma tarefa fácil, exige alem de liderança extraordinária, o reconhecimento da riqueza da diversidade, da força do contraditório e da necessidade do debate e da participação de todos. Excluir setores, desconsiderar áreas de conhecimento e fazer ouvidos moucos a opiniões divergentes empobrece a sociedade e enfraquece a liderança.

Não seria justo comparar o modelo de liderança de Joinville, com a do Infante D Henrique, como tampouco podemos comparar a nossa “Escola de Sagres” sambaquiana, com a original de alem mar. A geração do conhecimento, monopolizado pela equipe encastelada na ultimo andar do Paço Municipal, não tem funcionado. O nosso modelo local lembra muito mais os castelos da idade media. Os sábios da época, temerosos dos conhecimentos que ignoravam, olhavam com medo e desconfiança, não só os estrangeiros, também a todos aqueles que tivessem algum conhecimento que os destacasse da plebe ignara e iletrada. Queimar livros, destruir o saber e a cultura existente eram praticas comuns, motivadas pela ânsia de controlar e dominar todo o conhecimento. Estas praticas comuns naquela época triste da historia da humanidade, se mantém e continuam vicejando nas margens do Cachoeira.

As melhores alternativas para resolver os graves problemas que a nossa cidade enfrenta, dificilmente poderão surgir do grupo de especialistas, que desde faz alguns anos insiste em ter respostas para todos os problemas. Uma alternativa viável seria agregar em torno dos grandes problemas urbanos, a sociedade organizada para que possa participar com seu conhecimento e capacidade, para construir uma Joinville melhor.

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