23 de setembro de 2010

Resultado da desídia (*)

Resultado da desídia

Esta mistura de preguiça e indolência, que assola a coisa publica, tem nos trazido até aqui e pelo que parece vai continuar traçando o nosso futuro. O ultimo episodio deste nosso jeito de planejar tem recebido o nome de Regularização Fundiária. Pelos dados apresentados pelos técnicos da prefeitura, existem em Joinville 3.000 residências ou habitações irregulares na área rural e aproximadamente 4.500 na área urbana. A solução proposta é a de regularizar a situação destas construções. A proposta é uma velha conhecida, Esta errado, é um fato. Regularizemos, e tudo resolvido. Certo? Errado!.

Porque errado? Porque regularizar sem corrigir é premiar o erro. A situação atual é resultado da omissão e do descaso. O executivo municipal prefere fazer de conta que nada acontece, não fiscaliza e estimula com a sua lerdeza e negligencia as próprias ocupações irregulares, que agora busca anistiar e regularizar. O resultado desta forma de planejar e principalmente de executar, é um estimulo a novas ocupações irregulares, que no futuro serão objeto de novas regularizações e anistias.

O exemplo é péssimo, mas é coerente com a forma de gerenciar a cidade e o espaço urbano, utilizando a máxima do liberalismo mais feroz, o “Laissez faire, Laissez passer” em português, poderíamos traduzir por “deixar correr solto”, ou “vamos deixar para ver como é que fica”. A falta de fiscalização não se limita as camadas mais humildes, tampouco se fiscaliza o uso irregular, localizado em áreas estritamente residenciais ou os rebaixos dos meio fios em desconformidade com a legislação, ou a ocupação de calçadas para estacionamento. Nem se fiscaliza a crescente impermeabilização do solo urbano em desrespeito a lei que estabelece claramente os percentuais de permeabilidade que devem ser mantidos. Em breve os técnicos de sempre, que deveriam cumprir e fazer cumprir a lei defenderão as mudanças do zoneamento, para regularizar situações já consolidadas, pela sua própria inépcia. Se não pode, porque a lei não é cumprida? E se não se cumpre a lei, para que planificar uma cidade, que cresce a revelia da própria lei? Como resultado da desídia, da falta de vontade e da indolência, dos responsáveis pela cidade.

Sem autoridade, Joinville cresce na desordem, na ilegalidade. Os que permitem com a sua omissão que a lei não se cumpra, devem ser responsabilizados, A legislação considera, tanto a desídia como a prevaricação, atitudes que deve ser punida severamente. Porque a omissão não é um bom exemplo para a maioria dos joinvilenses cumpridores da lei.

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