3 de setembro de 2010

Requalificação do Centro


Requalificação do Centro


Os técnicos do IPPUJ tem colocado em baixo do braço as suas propostas e tem feito uma romaria pelas câmara técnicas do Conselho da Cidade, para apresentar uma proposta do que denominam Projeto de Requalificação do Centro de Joinville.


A proposta envolve ao mesmo tempo idéias ousadas, novas, viáveis e outras requentadas, medíocres e inviáveis, com predomínio para as segundas. Sem o embasamento técnico consistente, sem dados que sustentem o achismo e principalmente confundindo e misturando realidade e fantasia. A proposta se apresenta desvinculada de uma visão de mobilidade para toda Joinville. A falta de um diagnostico preciso e a ausência de um cronograma e de valores , mesmo que estimados, que permitam converter o apanhado de idéias em algo que possa ser mensurado e convertido num projeto, digno deste nome.


Joinville não será a primeira cidade do mundo, que precise encarar com seriedade um projeto de recuperação do centro, a maioria das cidades de médio e grande porte tem sofrido um processo de esvaziamento e desqualificação das áreas centrais. Não é demais lembrar que a situação atual é fruto direto do modelo de desenvolvimento urbano, implantado pelos mesmos técnicos que hoje se abocam a buscar soluções para os problemas resultado das suas ações.

Todos os projetos bem sucedidos, tem focado na melhoria do espaço central, a recuperação do espaço para a sociedade, com uma política clara de incentivo a atividades econômicas que melhorem a renda da área e permitam compatibilizar moradia e trabalho no mesmo espaço, para evitar o esvaziamento depois do horário comercial.


A proposta de fazer do centro um projeto habitacional de interesse social, direcionado ao publico de 0 a 3 salários mínimos, que tenham sua mobilidade baseada, quase que com exclusividade, no transporte coletivo, como forma de justificar a permanência do terminal central e manter o modelo econômico atual, baseado em comercio de baixo valor e em emprego da baixa qualificação. Não parece a mais adequada para reconverter o centro de Joinville, num centro de desenvolvimento, de vida e de atividade.


Fazer do centro de Joinville um pólo cultural, de negócios que mantenha uma população permanente é um desafio complexo.Tentar fazê-lo sem ter uma proposta para toda a cidade é uma quimera. As propostas até agora apresentadas estão muito longe do que seria recomendável. O projeto do IPPUJ serve para iniciar o debate. Chegou a hora de apresentar propostas serias, estruturadas e bem embasadas. Não existe mais tempo, nem espaço para diletantismo e amadorismo.


Publicado no jornal A Noticia

Um comentário:

  1. Vale lembrar a clássica ironia do historiador italiano Carlo Cipolla (1922-2000), em seu livro 'Allegro ma non troppo - As leis fundamentais da estupidez humana':
    "A pessoa inteligente sabe que é inteligente; o bandido tem consciência de que é bandido; o ingênuo está penosamente compenetrado da sua falta de prevenção. Ao contrário de todas estas personagens, o estúpido não sabe que é estúpido: e isso contribui portentosamente para dar maior força, incidência e eficácia à sua ação devastadora. O estúpido não se encontra inibido por aquele sentimento que os anglo-saxônicos designam por self-conciousness. Com um sorriso nos lábios, como se levasse a cabo a coisa mais natural do mundo, o estúpido surgirá imprevistamente para nos estragar os planos, nos destruir a paz, nos complicar a vida e o trabalho, fazendo-nos perder dinheiro, tempo, bom humor, apetite, produtividade - e tudo isto sem malícia, sem remorso e sem razão. Estupidamente".

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