3 de Outubro
Alem do Brasil, também o Peru elegerá seus representantes no dia 3 de Outubro. Os peruanos elegerão presidentes departamentais, equivalentes aos nossos governadores e alcaldes, que equivalem aos nossos prefeitos.
No caso do Peru, 11 de cada 10 candidatos, incluem nos seus lemas de campanha, nos seus banners e propagandas eleitorais as palavras Honestidade ou honradez, em vários casos os dois sinônimos compartilham o mesmo espaço. Numa mostra de quanto o tema tem importância na eleição.
As comparações entre as duas eleições são inevitáveis, a primeira e que mesmo não sendo o Peru um modelo de moralidade e de honestidade na sua política, existe entre eleitores e candidatos a sensação que estas virtudes, alguém diria pré-requisitos, fazem diferença na cabeça do eleitor e devem ser destacados. No Brasil poucos, ou nenhum candidato cita no seu material de campanha as virtudes que provavelmente não possua, ou que na percepção dos seus marqueteiros, não influenciarão na decisão do voto do eleitor.
Os programas de governo em ambos casos, são superficiais, sem conteúdo e sem nenhum outro compromisso ideológico, que não seja a opinião dos marqueteiros políticos. Tanto que seria possível que os programas de todos os candidatos tenham sido elaborados copiando e colando, uns dos outros. Facilmente poderiam ser trocados os programas dos candidatos sem que suas assessorias percebessem.
Finalmente, a constatação da inutilidade dos debates, como ferramentas para expor idéias, posições ou esclarecer ao eleitor. Os candidatos raramente respondem ao que lhes é perguntado, estabelecendo se um dialogo de surdos, em que as respostas, nada tem a ver com as perguntas e as regras engessam de tal forma o debate. Que temas são evitados, perguntas são censuradas e inclusive imagens são proibidas. Com o que o debate se converte numa pantomima, que tem como objetivo principal iludir e enganar. Mostrando uma imagem falsa e distorcida do candidato.
Os países são diferentes, os cargos em disputa são semelhantes e as técnicas para burlar o eleitor são quase idênticas. O resultado da eleição serão eleitores desencantados, levando gato por lebre. Votando numa imagem ou melhor num produto que não corresponde com a propaganda. Sem garantia e sem o amparo do Código de Defesa do Consumidor.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville
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