1 de abril de 2009

Fazendo mal as contas


Quando o caixa aperta, existe uma tendência natural em buscar soluções imediatistas que podem a médio prazo se converter em graves dores de cabeça. Na administração municipal não é diferente e em alguns casos se corre um risco real de causar um grave prejuízo a sociedade e a cidade.

Joinville como muitas cidades catarinenses há desenvolvido ao longo dos anos um forte tecido social composto por instituições voluntárias que realizam com competência, economia e seriedade um forte trabalho social. As suas ações contam com o apoio e a simpatia da sociedade, que vê nestas entidades uma transparência e um compromisso que não sempre esta presente nas instituições publicas. Desta forma as organizações sociais unem aos recursos públicos que recebem, contribuições e apoios da comunidade.

Começou a tomar corpo, entre importantes membros do primeiro escalão municipal, a idéia que seria melhor deixar de repassar recursos a estas entidades e que os serviços que estas entidades oferecem, passe a ser oferecidos pela estrutura publica e custeados integralmente com os recursos do orçamento. Caso prospere esta tese, estaríamos cometendo um erro grave.

Todos sabem que o custeio das corporações de bombeiros voluntários tem um custo operacional dezenas de vezes menor que o das corporações militares, do mesmo modo que o trabalho voluntário é uma ferramenta estruturadora do tecido social. Entidades como a Ação Social, o Lar Abdon Batista, o Abrigo Animal, a AMA, as APAEs, a Rede Feminina e dezenas de outras, precisam do apoio regular do poder publico, porque com o seu trabalho ganhamos todos, economizamos recursos e desoneramos o poder publico. Ainda que como entre as instituições que recebem recursos públicos algumas podem não ter o mesmo nível de idoneidade, nada melhor que melhorar a fiscalização e garantir que os recursos não sejam direcionados para entidades pouco serias. A lista de entidades que hoje recebem recursos publicos poderia ser reduzida.

Atrasar os recursos, não assinar os convênios ou simplesmente deixar de atualizar os valores seria um desserviço a Joinville e comprometeria a capacidade destas entidades prestarem os seus valiosos serviços.

Cada real de dinheiro publico investido nestas entidades se multiplica por muitos outros, pela gestão operosa, democrática e capaz que estas entidades realizam. A prefeitura compete fiscalizar com seriedade e isenção o uso dos recursos. Deixar de investir neste modelo de voluntariado aumentará os custos da sociedade e inchará ainda mais a maquina publica.

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