21 de janeiro de 2012

Aprendendo com os outros








Proposta vencedora no concurso publico para o Museu da Imagem e do Som (MIS) Rio de Janeiro





Aprender exige uma boa dose de humildade. Exige também reconhecer que não sabemos. Que outros sabem mais que nós. Não conseguimos aprender aquilo que achamos que já sabemos.Viajar nos oferece uma oportunidade adicional de aprender. Muitas vezes nos lugares e momentos em que menos esperamos surge uma oportunidade para aprender e para repensar como fazemos as coisas.

A Bolívia, pequeno país vizinho do Brasil, não pareceria a primeira opção para aprender como fazer melhor as coisas.
Em principio o nosso é um pais mais desenvolvido, avançado e moderno. Porem a Bolívia é uma caixinha de surpresas, tem uma legislação que obriga que todo projeto de arquitetura de obras públicas ou que sejam custeadas com recursos públicos tenham que ser objeto de um concurso publico para a elaboração do projeto de arquitetura. Uma forma de democratizar o acesso dos profissionais as oportunidades de trabalho e promover idéias e alternativas mais criativas. O bom deste modelo boliviano é que as obras públicas são o resultado de uma seleção entre mais de uma alternativa e há uma participação mais efetiva da sociedade no processo de escolha, é uma forma eficiente de democratizar a cidade e o espaço publico. Liberando-a a cidade da unicidade de pensamento e da ditadura de idéias, que é a pratica dominante nestes lados.

No Brasil, não há uma legislação que obrigue os administradores públicos a realizar concursos públicos para elaborar projetos de arquitetura e é uma pena, porque o concurso permite que possam surgir idéias e propostas melhores que as que em geral surgem das burocratizadas pranchetas oficiais.

O aeroporto Santos Dumont, o Museu da Imagem e do Som, O projeto da Beira Mar de Fortaleza ou a revitalização da rua 15 de Novembro em Blumenau, são exemplos do resultado de um concurso publico, não parecem ter sido soluções ruins.
Em Joinville por exemplo, a sede da ACIJ foi resultado de um concurso que recebeu 16 propostas, todas de bom nível.

Caso esta pratica fosse implantada aqui, entre outras vantagens, permitiria que os técnicos do IPPUJ pudessem concentrar toda a sua capacidade criativa em elaborar propostas para resolver os problemas mais urgentes que a cidade tem e que não são poucos. 

Alem que poderia ter produzido propostas mais interessantes e criativas para o obras publicas como o Centreventos, o Expocentro Edmundo Doubrawa, a Arena Joinville, os próprios parques do Fonplata ou a Megacentro Wittich Freitag, por citar alguns casos recentes da nossa realidade local. Imaginemos que a Ponte do Charlot, fosse a opção ganhadora de um premio, poderia ter um custo menor, escolhido soluções mais criativas e tecnicamente melhores e tivesse podido ser concluída no prazo previsto.

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