A Joinville que queremos
Claudio Loetz *
A economia de Joinville tem dinamismo próprio. Ancorada na indústria (especialmente metalmecânica, têxtil e plástica) também é forte em outros segmentos, como tecnologia de informação. A área de serviços vem ganhando força ano a ano, por conta da expansão da migração de profissionais vindos de centros maiores (São Paulo, Porto Alegre, entre outros) que demandam negócios novos e diversificados.
O mais industrializado município catarinense e terceiro maior na geração de riqueza do Sul do País caminha para se tornar, cada vez mais, polo geoeconômico de referência nacional. É esta característica, que distingue Joinville no cenário brasileiroe também é seu calcanhar de Aquiles. As dez maiores companhias com fábricas em Joinville profissionalizam sua gestão e, muitas delas. estão presentes no mundo todo. Até mesmo, algumas são controladas por investidores que nada mais têm a ver com a cidade e decidem de acordo com as necessidades do mercado global. Aos poucos, estamos, os joinvilenses, perdendo o direito de decidir os destinos das empresas aqui instaladas. Longe desta frase sugerir um lamento inócuo , significa a constatação de que o futuro precisa ser plasmado pela integração de agentes econômicos, instituições privadas e pelo Poder Público. Especialmente nestes anos de crise econômica, quando todos se preocupam com o que virá adiante.
Justamente para colhermos os frutos bons precisaremos plantar sementes adequadas, agora. Quero afirmar, aqui, neste espaço, que é hora das lideranças (empresariais, políticas, comunitárias) acordar. É absolutamente urgente refletirmos sobre o que nos espera nos próximos 40 anos. Esta construção se fará em 2009 e 2010. Refiro-me à regulamentação do Plano Diretor do município, documento que vai embasar as futuras gerações e ordenar (como e para onde) vamos crescer.
Por isso, é necessário atenção máxima à preservação de meio ambiente, cuidar para se conseguir limitar exploração imobiliária em regiões centrais, oportunizar empreendimentos próximos aos locais de moradias e viabilizar infraestrutura moderna com sustentabilidade e garantir acesso fácil ao insumo fundamental: a água.
Se não agirmos neste sentido, de pouco valerá a acumulação de riqueza de uma ínfima minoria em detrimento de uma massa amorfa, à margem de uma vida com bem-estar.
A estrutura sócioeconômica, em Joinville, foi construída a partir do signo do trabalho na indústria. Que continuará a ditar o modelo de desenvolvimento por aqui, por décadas, ainda. Isto, porém, é insuficiente. Precisamos - e com urgência - atuar para que o trabalhador ganhe verdadeiros espaços de lazer, junto com o direito à qualidade de ensino e instrução profissionais compatíveis com o que exige o mundo. Abrir janelas para compreender a vida é fundamental, ensina a Filosofia, sempre útil em momentos difíceis.
Se conseguirmos isto, vamos nos orgulhar do que fizemos. E as crises, que chegam, cíclicas, como mostram os manuais de Economia, serão superadas pelos mais competentes.
* Claudio Loetz, jornalista, é colunista de Economia do jornal A Notícia
Ótimo alfinetada do Cláudio Loetz. Duro é suportar a mediocridade com que alguns de nossos vereadores agem, no que diz respeito a esta gestão de nosso plano diretor. Veja o exemplo da rua Conselheiro Arp: um vereador propõe a alteração do uso e ocupação da Rua, com o "nobre" propósito de atender e beneficiar familiares ou "amigos muito próximos", em detrimento dos demais moradores do bairro com zoneamento unifamiliar. Ou seja: pra que cumprir a lei??? Vamos adequá-la ao interesse pessoal do vereador. É assim que nossos legisladores tratam do planejamento da cidade.
ResponderExcluirOlá, belo comentário do Sr. Loetz.
ResponderExcluirFavor também entrar em meu blog, com comentários do "viver joinville". Seu blog Jordi já está na seção "eu leio"..
Um grande abraço
http://viverjoinville.blogspot.com