Toda eleição tem vencedores e vencidos, e o resultado das urnas no dia 5, permite algumas ilações.
A primeira pode ser a que entre os vencedores, alem claro esta do PT, que continua se beneficiando da forte influencia do presidente Lula, podemos incluir a Kennedy Nunes, que tem mostrado uma imagem diferente da de outras eleições anteriores, sem perder o seu modo de ser tem ganhado em maturidade e mostra que tem condições de jogar um importante papel no futuro politico de Joinville. Também Rodrigo Bornholdt, tem deixado evidencias, que é uma figura com a que contar em Joinville. Rogério Novaes, apresentou um projeto politico consistente, porem a possibilidade de ter sucesso fora dos partidos majoritarios é muito pequena, no sistema eleitoral brasileiro.
O candidato do PMDB, terá a sua grande oportunidade em 2010, quando definitivamente poderá mostrar se veio para ficar, neste caso, mostrou capacidade e principalmente estrutura para aguentar chuvas e trovoadas, sua entrada no jogo politico local, trará caso se confirme mudanças interessantes no cenário politico do 15.
Em outras palavras nenhum dos candidatos derrotados sairá de cena a curto prazo.
Menção a parte merece o candidato da coligação que busca dar continuidade ao modelo de gestão atual. Na medida que a campanha foi avançando alguns pontos ficaram mais evidentes e a população gradativamente mudo de opinião. Reduzindo o percentual de aprovação e aumentando o índice de rejeição. A entrada de um novo marqueteiro, será o quarto e o apoio da maquina municipal, sem duvida deixarão a campanha mais animada neste segundo turno.
A capacidade de cada candidato de negociar e de angariar apoios consistentes, servirá para definir a eleição no segundo turno.
A renovação na Câmara de Vereadores, pode sinalizar uma vontade de mudança, depois de alguns anos de continuidade administrativa, caso a população considere o modelo atual esgotado, o resultado do segundo turno poderá ser avultado e representar o final de uma era.
Quem viver verá.
ALGUMAS CONCLUSÕES
Em todas as eleições existem perdedores a vencedores, mas a história do primeiro turno em Joinville já apresenta algumas Parece claro de que o eleitor está cada vez mais maduro, exigente e coerente na escolha de seu candidato. Muito embora alguns políticos ainda procurem agir como se o eleitor pudesse ser cooptado mediante favores de última hora, promessas mirabolantes, sentenças de favoritismo ou pela pressão àqueles que dependem de cargos públicos ou favores, me parece nítida e significativa à mudança de comportamento nas urnas. De todas as práticas, aquela que coloca o eleitor como um ser débil ou incapaz de fazer avaliações conscientes para sua escolha é a mais nociva para a democracia. A eleição em Joinville, embora ainda não tenha terminado, mostrou que existem fortes demonstrações de descontentamento, primeiramente por uma representativa renovação na Câmara de Vereadores. Se todo o fisiologismo existente ainda não foi expurgado, esta claro que os votos deram um aviso prévio àqueles que sobreviveram e, as práticas políticas no legislativo deverão, para o bem dos eleitos, sofrerem mudanças a favor da população e não apenas para o próprio proveito. O fisiologismo, a relação de dependência com o executivo mediante troca de votos por favores e apadrinhamentos e a falta de probidade praticada por membros desta legislatura tiveram o troco nas urnas. Na disputa majoritária, a maior lição ficou por conta do candidato imposto, um forasteiro surgido do dia para a noite que desestruturou o PMDB local, desrespeitou lideranças do partido, impediu potenciais candidatos para a postulação à prefeitura, com maiores chances de sucesso significando, talvez, a mais vergonhosa e ridícula demonstração de autoritarismo e falta de ética política. Um fracasso que não deverá ser esquecido na história política de Joinville. Por outro lado, apareceram nesta campanha, mesmo que ainda timidamente, opositores ao atual governo municipal, que se fizeram ausentes ou omissos nos últimos anos por conta de uma opressiva censura. Ouvi muitas vezes a frase que denota qualificação ao debate político quando os candidatos criticam uns aos outros seja pelas propostas, pelos compromissos ou pelo passado. Ora, uma campanha política é justamente o momento em que as diferenças devem surgir para que o eleitor possa avaliar qual candidato mais se aproxima dos seus desejos, sejam eles de mudança ou de continuidade. Portanto, o embate de idéias, as críticas e até acusações desde que pertinentes à probidade, honestidade e ética, são plenamente admissíveis. É o ônus de quem quer ocupar um cargo público pelo voto. No entanto, ficou claro que existem demandas e problemas em Joinville as quais vieram á tona de forma cabal durante a campanha. E não foram poucas. Isto ficou oculto durante os últimos anos por conta de uma milionária e, diga-se de passagem, competente mídia governamental cuja missão foi ofuscar quem se atrevesse a denunciá-las. O eleitor, tenham certeza, esteve atento a isto. O debate entre candidatos mostrou outra Joinville, a cidade real que se ressente de muitos investimentos e de uma gestão pública competente. O resultado das urnas pode ser visto de forma simples e matemática: 24% dos eleitores votaram no candidato da situação e os demais 76% demonstram desejos de mudança. Há quem diga que isto não quer dizer nada e que muitas cartas ainda serão jogadas até que a eleição do segundo turno venha a ser decidida. Se o eleitor demonstrou claramente sua insatisfação, ou melhor, uma tendência no primeiro turno, isto também serve de aviso aos candidatos derrotados que não tiverem coerência para com os eventuais apoios aos dois candidatos vencedores para o segundo turno. Penso que o eleitor será seletivo e qualquer deslize que demonstre incoerência pode significar um desgaste ou até uma eventual condenação política futura. Dois pontos muito positivos neste primeiro turno foram os debates que permitiram a exposição de idéias através das várias fórmulas e mídias, que se apresentaram seletivos, bem articulados e esclarecedores. Outro ponto que merece destaque é o surgimento de novas lideranças, novos nomes que, se não lograram êxito para seguirem no segundo turno, são promessas alentadoras de uma nova etapa no futuro da política Joinvillense.
Sérgio Gollnick
Arquiteto e Urbanista
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