22 de março de 2011
A crua realidade
Cobra-se com excessiva frequência do prefeito Carlito Merss a falta de obras. A sociedade tem se acostumado a avaliar uma gestão pelo número e grandeza das obras que realiza, independentemente da sua relevância, necessidade ou de que depois de alguns anos se convertam em gigantescos elefantes brancos.
Não poucas vezes, as obras respondem mais à megalomania delirante dos administradores do que às necessidades da população.
Se Joinville não está convertida num canteiro de obras é porque a cidade está numa delicadíssima situação financeira. Sem capacidade de endividamento, sem capacidade nem para receber recursos a fundo perdido, pela falta de recursos para oferecer as contrapartidas mínimas exigidas. Por isto, servem de pouco as portas abertas em Brasília e os recursos infindáveis do PAC, porque sem capacidade financeira a nossa Prefeitura está igual àquele que ganhou um carro num sorteio e não tem dinheiro para colocar gasolina.
Alguns exemplos para ilustrar esta situação: as obras da adutora do Piraí e da pavimentação e drenagem do Jardim Paraíso, com recursos do PAC 2007, se arrastam a passo de cágado ou estão paradas. O famoso empréstimo de R$ 40 milhões do BNDES só foi possível porque teve o aval do governo do Estado. Joinville não poderia assumir uma dívida deste mantante, pela sua falta de capacidade financeira, e ainda exigirá uma contrapartida de R$ 16 milhões em desapropriações e investimentos com recursos municipais. Os R$ 96 milhões, do Eixo Norte-Sul, são uma quimera inalcançável, para quem não tem crédito. A solicitação no valor de R$ 54 milhões para obras de drenagem e pavimentação no Paranaguamirim não foi aprovada pela Caixa Econômica, pela incapacidade de endividamento do nosso governo municipal.
A folha da Prefeitura alcançou os 48,7%, abaixo ainda do limite prudencial de 51,3 % recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Para a voracidade sindical este limite é visto como o referencial de toda negociação, e existe um movimento forte para reivindicar aumentos salariais, o que reduzirá ainda mais a mísera capacidade de investimento da cidade. Difícil pensar em obras com este quadro. Ainda bem que esta administração foi premiada como uma das que “Fazem Render Mais” e reconhecida como um modelo de gestão pública. Caso contrário, poderíamos estar já na indigência. Até agora, temos nos mantido à beira do precipício.
Publicado no jornal A Noticia de Joinville
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O problema não é o salário pago aos servidores. O problema está na quantidade de servidores que pouco trabalham, lembrando que aqueles que pagam os impostos trabalham 8 ou até mais horas por dia para sustentar a fammília e pagar os impostos que pagam os servidores de meio expediente. Reduzir cargos comissionados (incompententes que se agarram as tetas do poder público0 pela metade ou até em 2/3 do que hoje tem já iria desintupir e aliviar um bocado o custo da folha da Prefeitura. Portanto, pagar bem o servidor é justo, mas fazê-lo trabalhar 8 horas é absolutamente necessário para acabar com as demandas reprimidas a as mamatas. Isto é gestão de recursos humanos e respeito ao cidadão. Mas isto é apenas um sonho.
ResponderExcluir@Comentjoi
ResponderExcluirColuna de ontem foi sem tirar nem por ! "PERFECT"
@faladinhas
Um dos teus melhores textos ate agora
ResponderExcluirFocado em fatos. Mesmo com a alfinetada final, nao caiu na armadilha de personalizar ou partidarizar