23 de março de 2011

A candidatura de Maslow


A candidatura de Maslow

Abraham Maslow, o psicólogo americano, que desenvolveu a teoria da hierarquização das necessidades, é quem melhor poderia explicar o porquê algumas pessoas se lançam candidatos a cargos públicos. É verdade que para muitos dos nossos próceres locais a política há representado um caminho de ascensão social e de rápido desenvolvimento econômico. Em alguns casos a escalada social tem sido tão veloz, que não podemos falar de um caminho e sim de uma auto-estrada, cheia de atalhos. Todos conhecem casos, em que, em pouquíssimos anos, jovens do interior, que chegaram a Joinville, quase que com a roupa de corpo e um pacote de ilusões, com o trabalho árduo e uma forte participação política, conseguiram amealhar pequenas fortunas.

Aparecem também de vez em quando os empresários vencedores, que tendo alcançado o sucesso nas suas empresas e negócios, optam pela política como um dos caminhos para obter o reconhecimento público que sentem que lhes falta. Tão ocupados estavam ganhando dinheiro, que se esqueceram até de ter e cultivar amigos, de participar de associações e clubes de serviço. A sua vida foi planejada para alcançar o sucesso econômico e depois de conseguido, buscam, como muito bem explica Maslow outras formas de reconhecimento e satisfação. As necessidades a serem atendidas são outras. E em muitos casos a política é o caminho escolhido.

Nestes casos não há altruísmo por parte do candidato, nem vontade de servir, o que há é a busca com afinco dos seus objetivos, servindo-se para isto das organizações e das pessoas. Sem o desejo de fazer mais e melhor pela cidade o que transparece, para o espectador atento é a necessidade imperiosa, que o candidato tem de alcançar uma meta particular.

Maslow explica que para alcançar a nossa realização pessoal, precisamos deixar de ser preconceituosos, ser modelos de moral, estimular a criatividade em nossa volta, fortalecer os vínculos familiares, gerar confiança em redor, sem esquecer, que para obter o respeito dos outros, temos que exercer o respeito aos outros.

Políticos altruístas e desinteressados têm muito poucos e a expectativa é que cada vez tenhamos menos. Desde a Roma antiga quando comerciantes e empresários começaram a investir em dispendiosas campanhas para ser eleitos tribunos e obter o reconhecimento publico que os seus negócios lhes negavam, a participação na vida política deixou de ser uma forma de reconhecimento e se converteu numa forma de buscar o reconhecimento.
Publicado no Jornal A Noticia de Joinville

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