7 de dezembro de 2010

Fechar o IPPUJ?


Fechar o IPPUJ?


Na véspera de cumprir o seu vigésimo aniversario, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (IPPUJ) tem uma boa oportunidade para abrir o debate com a sociedade que o sustenta com seus impostos e que sofre o resultado dos seus erros e acertos.


Se a sua fundação foi inspirada no IPPUC de Curitiba. Esta cidade constantemente é colocada como referencia de desenvolvimento urbano sustentável e irradia para muitos municípios na sua área de influencia um aura de excelência em urbanismo e planejamento urbano. Joinville pela sua proximidade física tem usado, ao menos no discurso, Curitiba como justificativa e modelo para muitos acertos e também para não poucos desatinos. Nem o IPPUJ é o IPPUC, nem a URBS é a CONURB, nem muito menos os nossos parques, se algum dia chegam a sair do papel, poderão ser comparados com os parques de Curitiba. O drama de quem copia é que esta seguindo modelos que já estão ultrapassados e não poucas vezes, são modelos que não funcionam em outros lugares, ou porque respondem a problemas diferentes, ou porque são gerenciados com menor habilidade. Em geral o problema reside, na falta de técnicos com o gabarito e o profissionalismo adequado para assumir responsabilidades tão complexas.


Em Joinville, a maior ameaça para a sobrevivência do IPPUJ, não é a competência dos seus técnicos. A real ameaça é o modelo de planejamento urbano que passamos a adotar, com maior ênfase nesta gestão, mas que já se perfilava na ultima gestão municipal. O clientelismo e a falta de conceitos que sobrevivam a primeira chuva forte, o que no nosso caso é muito pouco tempo. Fazer planejamento de uma única quadra, por abaixo assinado, é uma ferramenta perigosa e adequar os projetos as necessidades pontuais de uns e outros, mais de uns, que dos outros, faz que a nave fique atolada no lodo do Cachoeira, já faz algum tempo, sem saber para que vento alinhar as velas.


A sociedade espera do IPPUJ posições claras e concretas, amparadas por estudos técnicos completos, respostas adequadas aos problemas que a cidade vive que estão ficando mais graves a cada dia, tanto pela inépcia de uns, como pela inação de outros e pela cobiça da maioria.


2 comentários:

  1. Jordi, eu penso que o IPPUJ jamais cumpriu seu papel e, falo isto como um dos que, mesmo que por pouco tempo, dirigiu a fundação. Quando lá cheguei, metade dos técnicos estavam fora da instituição fazendo cursos e ganhando diárias. Haviam diretores com regalias de trabalharem em outras atividades sem qualquer restrição aos proventos. A bem da verdade, o IPPUJ nunca formou uma equipe, um grupo de pensadores ou teve a oportunidade de se firmar como uma instituição reconhecida pela sociedade pelo seu trabalho na construção de idéias inovadoras para Joinville. Fez mais aquele papel de "vaquinha de presépio" onde o prefeito idealiza as maluquices e os bedeis se sentem orgulhosos em cumprir. Nunca se destacou pela coragem de propor inovações. Passa seus dias a fazer projetinhos de escolas e pracinhas, analisando viabilidades de construção e mendigando recursos na secretaria de fazenda para sua manutenção. O IPPUJ é apenas mais um apêndice da administração pública e, creio eu, deve gastar mais com folha de pagamento do que com produtos. Quem é responsável por isto? Nós, cidadãos e profissionais que nunca nos interessmos em propor um modelo de entidade ou instituição que se relacione com o mundo exterior, que busque soluções inovadoras colocando-se na vanguarda dos conceitos para o desenvolvimento ocal. Modelos existem, assim como o IPPUC foi a inspiração incial, mas devemos saber qual seria o mais apropriado para nós e, os governos saberem que aplicar recursos em planejamento é investimento e não despesa. No mundo desenvolvido a atividade de planejamento consome até 2% dos orçamentos públicos. Aqui, acho que não chegamos a 0,2%. E como diz o ditado: "sem gasolina o carro não anda".

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  2. Jordi,
    A cópia, em qualquer atividade, devido ausencia do conhecimento (processo ou tecnologia) reproduz alguns acertos e todos os erros do modelo original.

    Concordo que o resultado apresentado pelo instituto para os contribuintes mantenedores sugere a mudança das duas letras "P" da sua sigla. Ficaria assim: Instituto de Projeto Provisório Urbano de Joinville

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