11 de dezembro de 2010

Calçadas (*)


Calçadas

Nada mais na moda que defender a acessibilidade, o direito de todos a ter acesso a todos os lugares. Em geral o tema da acessibilidade fica reduzido a uma abordagem física. Poder entrar, poder subir, poder atravessar, poder chegar. E nada simboliza melhor esta acessibilidade que a colocação de piso podotatil em algumas calçadas. Tem cidades em que é feito só para “inglês ver” ou em outras palavras para fazer de conta.

As calçadas de Joinville só são tratadas como prioridade publica na área central. A minha memória, que pode me enganar lembra de no mínimo tres intervenções importantes com recursos públicos nas ruas centrais da cidade, uma na gestão Freitag, em que se implantou o petit pavê e se alargaram a maioria das calçadas, outras menores nas gestões Luiz Henrique e Tebaldi, que implantaram o paver como modelo e agora na gestão atual em que de novo as mesmas ruas sofrem uma nova intervenção. Em media nenhuma tem durado mais de 7 anos. Não é preciso discorrer porque a cada certo tempo as calçadas de Joinville são refeitas, definidos novos modelos e padrões e tudo começa de novo, quem concluiu o ensino básico pode saber ou deduzir.

Mas nada contribui melhor a transmitir a imagem de bagunça organizada em que a cidade tem se convertido, que os alegres desenhos e os complexos quebra-cabeças que forma o vermelho do podotatil. Em algumas ruas é colocado ao longo de toda a calçada, paralelo ao eixo da rua, em outras os técnicos alegam que não é necessário, que os deficientes visuais não precisam desta guia ao longo da rua e que só deve ser instalada nos cruzamentos ou pontos de perigo. Na rua XV o projeto prevê o uso compartilhado da calçada entre os deficientes visuais, ciclistas e pedestres. Projetos e alternativas diferentes que confundem mais que esclarecem.

A Conurb publicou e divulga um modelo de calçada, que não conta com a aprovação unânime dos técnicos do IPPUJ, que entendem que deveria ser diferente. A calçada ecológica é uma solução cara para a cidade que aumenta o seu custo de manutenção e onera o morador, que fica a mercê dos devaneios conjunturais dos técnicos de plantão. Hoje a calçada é de um jeito, amanha será de outro, o que evidencia o resultado de uma administração confusa, descoordenada e atrapalhada, em que muitos mandam e ninguém obedece.

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