25 de dezembro de 2010

Grilo Falante

Este blog lançou uma pesquisa ou uma enquete, para saber a quantas anda a aprovação da gestão do Prefeito Carlito Merss. O levantamento mostrou que a absoluta maioria dos entrevistados, exatos 72 % (59 % péssimo + 13 % ruim) consideram que a gestão municipal esta muito longe do ideal previsto. O prefeito Carlito mantém porem uma minoria fiel de 19 % que inabalável ao desalento consideram a sua gestão ou Excelente ou boa (13 % excelente + 6 % boa)


Evidentemente que estes números, que não por casualidade são quase idênticos aos divulgados faz algum tempo por um instituto de pesquisas de opinião, não devem deixar satisfeito nem ao prefeito, nem a sua equipe, merecem uma profunda reflexão e em outras latitudes já teriam merecido alguns ajustes e mudanças de rumo, o que por aqui parece pouco provável.


O blog solicitou ao sociólogo Charles Henrique Vôos, que comentasse os resultados da pesquisa, o resultado é o texto que com o titulo “Grilo Falante”, permite identificar inclusive em que setores da administração publica se concentram os grilos mores. Aproveitem o texto.



Um grilo falante


Passados 2 anos de seu governo, Carlito Merss encontra-se na berlinda. A população e seus companheiros de coalizão estão esperando por mudanças, e o atendimento de todos aqueles anseios demonstrados na campanha, ainda em 2008.


O governo petista, até agora, foi um grilo falante. Para tudo há uma desculpa, um discurso de melhora, ou de futurologia: “Isso é herança da gestão anterior”, “Está em fase de estudos”, “Vamos a Brasília conversar com o Ministro tal” são frases frequentemente observadas quando funcionários do governo vão até a imprensa relatar algo. Eu posso dizer com propriedade isto tudo, pois fiquei 18 meses como funcionário comissionado, e conheci a realidade (participei ativamente em dois projetos: a “Pesquisa Origem Destino” base para toda licitação prevista para 2011...2012...2013...2014...talvez 2050, quando estive no IPPUJ; e o “Primeira Exportação” quando estive no Des. Econômico). É triste saber que poderia ter feito mais, só que os egos acirrados, e as falas dos filhos do grilo me desanimavam. Pedi para sair. Mas isto relatarei melhor em outra oportunidade.


O ano de 2009 começou com a perda da Presidência da Câmara de Vereadores e com problemas nas finanças. Coletivas foram convocadas para denunciar abusos do governo Tebaldi, e para alertar falhas no sistema montado ainda no mandato do tucano. O grilo falante entrou em ação pela primeira vez.


A segunda aparição do grilo foi no fatídico – e histórico – episódio da limpeza dos rios. Acusaram negligência dos gestores anteriores, e muitas outras coisas. O que de fato foi feito? Pouca coisa, pois as chuvas vieram, e continuaram afetando regiões da cidade.


Depois disso, o grilo comunicou que seria feito um teatro, uma revitalização do centro, a manutenção do Conselho da Cidade, a criação de um Plano Setorial de Mobilidade, a troca do sistema de informática, milhares de casas do “Minha Casa, Minha Vida”, um ginásio de esportes, municipalizar o SINE, resolver a saúde em 100 dias, acabar com o turno intermediário, resolver o problema do trânsito em todas as regiões da cidade, e tantos outros discursos, nos quais a voz do grilo ecoava.


O grilo foi acuado com o passar dos meses, pois a população viu que falar, falar, falar (mesmo que de forma sábia e coerente, características de um bom grilo falante) não dava mais certo, o tempo havia acabado. As mudanças deveriam ser imediatas. Nem o plano de ação no aeroporto (que aumentou o número de voos e empresas operando, bem como a poda de árvores nas cabeceiras da pista), a inauguração de um semáforo (hã?) a abertura da Hermann Lepper para passeios ao domingos, a construção da Casamata, inauguração de CEIS e Escolas deixadas pelos antecessores para “cortar a fita”, aumentos de tarifas (ônibus, água), o fim da TLL, um projeto para exportação de pequenas empresas, a regulamentação do “Empreendedor Individual”, poucos quilômetros de ruas asfaltadas e recapeadas, o medo de enviar projetos para a Câmara, as CPI’s abertas para investigar possíveis irregularidades, e a falta de verbas para quase tudo não foram suficientes, visando a aprovação popular.


Seguidas pesquisas de Institutos, e enquetes em blogs especializados em opiniões demonstram isto(a avaliação está baixíssima). A paciência acabou e parece que o grilo está sem voz. Está parando de falar, e tentando agir, mesmo que, para garantir isso, tenha que se aliar com o Vereador Odir (DEM), o maior rival no legislativo, para ter facilidades ao enviar projetos. E agora, o grilo não vai falar nada? Creio que o grilo aprendeu que se deve agir. Joinville está precisando!

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